Juventina Villa Mojica lutava pela preservação da floresta ao redor de sua cidade natal, no estado de Guerrero, sul do México, mas traficantes de drogas queriam ocupar a área com plantações de papoula e canabis. Ela e o marido, Ruben, decidiram organizar produtores rurais da região para peitar os criminosos. Mas, no ano passado, Ruben e dois de seus filhos foram assassinados. Na última quarta, Juventina e seu filho de 10 anos sofreram uma emboscada e tiveram o mesmo fim. Os dez policiais que lhe ofereciam escolta não evitaram a tragédia. Segundo a versão divulgada, a militante ultrapassou o carro dos policiais para alcançar o alto de uma montanha, onde conseguiria sinal de celular, quando seu veículo foi atacado. No passado, pelo menos 20 pessoas de sua família ou de seu marido foram mortos pelas mesmas gangues.
Num outro episódio, ocorrido em agosto, o ambientalista ucraniano Volodymyr Goncharenko foi espancado até a morte, quatro dias depois de dar uma coletiva de imprensa para divulgar que 180 toneladas de resíduos industriais químicos e radioativos foram trazidas da famigerada usina nuclear de Chernobyl para a sua cidade, Kryvyi Rih, com fins de “reciclagem”.
Crimes ideológicos como estes estão se tornando corriqueiros. No ano passado, 106 ambientalistas foram mortos, pelas contas da Global Witness, uma ONG envolvida em várias campanhas ambientais de âmbito internacional. As mortes decorreram de “emboscadas, confrontos violentos em resposta a protestos, investigações ou reclamações contra mineradoras, madeireiras, projetos de agricultura e pecuária intensivas, plantações florestais, hidrelétricas, construção civil e caça”.
A entidade viu uma elevação no número de ocorrências nos últimos anos – em 2011, por exemplo, o índice de mortes dobrou em relação a 2009. De 711 assassinatos notificados entre 2002 e 2o11, mais da metade, 365, ocorreram no Brasil (de memória, lembremos José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo; o líder Guarani Nísio Gomes e, mais atrás, claro, Chico Mendes). O país é seguido em grau de violência por dois vizinhos, Peru e Colômbia, mais as Filipinas. A Global Witness indica que a informação disponível é pouca e não muito confiável, e que geralmente os responsáveis por tais crimes ficam impunes. Nada de novo no front.[:en]
Juventina Villa Mojica lutava pela preservação da floresta ao redor de sua cidade natal, no estado de Guerrero, sul do México, mas traficantes de drogas queriam ocupar a área com plantações de papoula e canabis. Ela e o marido, Ruben, decidiram organizar produtores rurais da região para peitar os criminosos. Mas, no ano passado, Ruben e dois de seus filhos foram assassinados. Na última quarta, Juventina e seu filho de 10 anos sofreram uma emboscada e tiveram o mesmo fim. Os dez policiais que lhe ofereciam escolta não evitaram a tragédia. Segundo a versão divulgada, a militante ultrapassou o carro dos policiais para alcançar o alto de uma montanha, onde conseguiria sinal de celular, quando seu veículo foi atacado. No passado, pelo menos 20 pessoas de sua família ou de seu marido foram mortos pelas mesmas gangues.
Num outro episódio, ocorrido em agosto, o ambientalista ucraniano Volodymyr Goncharenko foi espancado até a morte, quatro dias depois de dar uma coletiva de imprensa para divulgar que 180 toneladas de resíduos industriais químicos e radioativos foram trazidas da famigerada usina nuclear de Chernobyl para a sua cidade, Kryvyi Rih, com fins de “reciclagem”.
Crimes ideológicos como estes estão se tornando corriqueiros. No ano passado, 106 ambientalistas foram mortos, pelas contas da Global Witness, uma ONG envolvida em várias campanhas ambientais de âmbito internacional. As mortes decorreram de “emboscadas, confrontos violentos em resposta a protestos, investigações ou reclamações contra mineradoras, madeireiras, projetos de agricultura e pecuária intensivas, plantações florestais, hidrelétricas, construção civil e caça”.
A entidade viu uma elevação no número de ocorrências nos últimos anos – em 2011, por exemplo, o índice de mortes dobrou em relação a 2009. De 711 assassinatos notificados entre 2002 e 2o11, mais da metade, 365, ocorreram no Brasil (de memória, lembremos José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo; o líder Guarani Nísio Gomes e, mais atrás, claro, Chico Mendes). O país é seguido em grau de violência por dois vizinhos, Peru e Colômbia, mais as Filipinas. A Global Witness indica que a informação disponível é pouca e não muito confiável, e que geralmente os responsáveis por tais crimes ficam impunes. Nada de novo no front.