Para terminar o ano em alto astral, uma história de sucesso internacional que mistura elementos de sustentabilidade, comércio justo e geração de renda para o Cariri, no sul do Ceará, uma das regiões mais áridas do país.
Quem anda pelo Bairro Gótico, o coração de Barcelona, esbarra numa portinha que oferece sandálias de couro rústico com solado de pneus reciclados. Sandálias típicas do agreste cearense, feitas por uma cooperativa de 60 artesãos e levadas para a Europa pelo empresário Juliano Lima e seu irmão Leonardo, sob a marca Caboclo. Fundada em 2005 e praticamente desconhecida no Brasil, ela já foi assunto da edição espanhola das revistas Elle e In Style, e da Vogue italiana.
A dupla – mais a ecodesigner Paula Dib – repensou o estilo e o modo de produção tradicionais. Voltaram ao Cariri para negociar com os artesãos um jeito de cortar a borracha num formato mais ergonômico, e o uso de colas e pigmentos que tivessem menor impacto e visual mais atraente para o mercado europeu. Os calçados são produzidos em pequena escala, à mão e sem o uso de cromo, geralmente utilizado por curtumes. As vendas são na casa de uns poucos milhares anuais e os produtos não são, necessariamente, baratos. As sandálias saem na faixa de 50 euros, $66. Calçados custam mais que o dobro.
A fórmula deu certo. A empresa está em expansão, incorporando calçados, cintos e bolsas à sua linha para incrementar as vendas no inverno e negociando com franqueadores e pontos de venda. Hoje, já é possível adquirir produtos da Caboclo em outras cidades espanholas, em outros países europeus, no Japão, no Canadá e nos Estados Unidos.
No vídeo ao lado (infelizmente em inglês. Na web, não há praticamente nada sobre o projeto em português), Juliano conta a gênese do projeto e que, numa viagem de 8.000 quilômetros pelo país, encontrou vários artesãos que inspiraram sua empresa. Mas ele admite que esse modelo tem lá suas limitações. “Artesãos são como artistas”, diz o empresário. “Para produzir 3.000 pares, preciso de mais de três meses”. Na cooperativa, apenas 5 artesãos são capazes de produzir sapatos fechados – 50 unidades mensais.
[:en]
Para terminar o ano em alto astral, uma história de sucesso internacional que mistura elementos de sustentabilidade, comércio justo e geração de renda para o Cariri, no sul do Ceará, uma das regiões mais áridas do país.
Quem anda pelo Bairro Gótico, o coração de Barcelona, esbarra numa portinha que oferece sandálias de couro rústico com solado de pneus reciclados. Sandálias típicas do agreste cearense, feitas por uma cooperativa de 60 artesãos e levadas para a Europa pelo empresário Juliano Lima e seu irmão Leonardo, sob a marca Caboclo. Fundada em 2005 e praticamente desconhecida no Brasil, ela já foi assunto da edição espanhola das revistas Elle e In Style, e da Vogue italiana.
A dupla – mais a ecodesigner Paula Dib – repensou o estilo e o modo de produção tradicionais. Voltaram ao Cariri para negociar com os artesãos um jeito de cortar a borracha num formato mais ergonômico, e o uso de colas e pigmentos que tivessem menor impacto e visual mais atraente para o mercado europeu. Os calçados são produzidos em pequena escala, à mão e sem o uso de cromo, geralmente utilizado por curtumes. As vendas são na casa de uns poucos milhares anuais e os produtos não são, necessariamente, baratos. As sandálias saem na faixa de 50 euros, $66. Calçados custam mais que o dobro.
A fórmula deu certo. A empresa está em expansão, incorporando calçados, cintos e bolsas à sua linha para incrementar as vendas no inverno e negociando com franqueadores e pontos de venda. Hoje, já é possível adquirir produtos da Caboclo em outras cidades espanholas, em outros países europeus, no Japão, no Canadá e nos Estados Unidos.
No vídeo ao lado (infelizmente em inglês. Na web, não há praticamente nada sobre o projeto em português), Juliano conta a gênese do projeto e que, numa viagem de 8.000 quilômetros pelo país, encontrou vários artesãos que inspiraram sua empresa. Mas ele admite que esse modelo tem lá suas limitações. “Artesãos são como artistas”, diz o empresário. “Para produzir 3.000 pares, preciso de mais de três meses”. Na cooperativa, apenas 5 artesãos são capazes de produzir sapatos fechados – 50 unidades mensais.