Como os estudos e a forma como encaramos as doenças e as curas se transformaram no decorrer da História
Período Paleolítico (de 2,5 milhões a 10 mil anos a.C.)
As doenças têm causas genéticas ou de traumatismos devido ao modo de vida nômade à base de pesca, caça e coleta. Tratamentos segundo crenças místicas, sobrenaturais, são realizados por especialista (feiticeiro ou xamã) ou de forma empírica – como a descoberta de ervas que aliviavam a dor.
Período Neolítico (10 mil a 3 mil anos a.C.)
Início do sedentarismo e da agricultura pelos humanos. Com o acúmulo populacional, surgem doenças infectocontagiosas de causas consideradas religiosas e advindas de conhecimentos místicos e astrológicos. Tratamentos são realizados por sacerdotes mediante rituais. Surge o tratamento de parasitoses, como as que aconteciam no Egito.
Antiguidade Clássica (Século VIII a.C. ao V. d.C.)
Nas polis greco-romanas surgem as primeiras epidemias. Médicos gregos são como artesãos que vendem serviços. Com o conhecimento filosófico, a epilepsia (considerada até então uma doença sagrada) e outras enfermidades passam a ser explicadas por causas naturais e não mais sobrenaturais.
Idade Média
-Alta Idade Média (Séculos V ao X)
A Igreja Católica detém o conhecimento médico e acolhe os doentes. Surgem os primeiros asilos. Doenças são vistas como castigos de Deus. A medicina praticada pelos monges era simples e baseada em conhecimentos populares, usando ervas medicinais e fazendo sangrias e emplastos.
-Baixa Idade Média (Séculos XI ao XV)
Época de doenças que dizimaram populações, como tifo, cólera e a peste negra, transmitida pelos ratos. A expectativa de vida era de 35 anos. A Igreja não consegue mais explicar todos os fenômenos e doenças. Surge o primeiro centro medieval de medicina leiga, a Escola de Salerno, na Itália. Lá se estuda e se desenvolve a cirurgia, até que no século XIII hospitais surgem na Europa.
Renascimento (Séculos XV ao XVI)
Florescimento da ciência, do antropocentrismo e do experimentalismo até que o primeiro grande livro que explica a anatomia humana (Fabrica) é lançado em 1543. Willian Harvey descobre a circulação sanguínea. As doenças predominantes, como as venéreas, o escorbuto e a tuberculose, surgem a partir da reurbanização e das grandes navegações.
Idade Moderna (Séculos XV ao XVIII)
A evolução da física, da química e do método cartesiano leva ao desenvolvimento de correntes de explicação das doenças em conformidade com a visão do corpo humano como máquina. Iniciam-se estudos sobre o sistema nervoso e se descobrem áreas específicas no cérebro responsáveis por diferentes funções, bem como a existência dos neurônios. Em 1796, registrase a primeira vacina (contra a varíola). Doenças passam a ser mais bem descritas. Surgem os hospitais modernos e os médicos iniciam sua regulamentação profissional com características liberais.
Idade Contemporânea
-Séculos XVIII ao XIX
Mudança de paradigmas na explicação das doenças com a revolução pasteuriana (descoberta da microbiologia). Início dos estudos de doenças neurológicas e psíquicas com Freud. Novas tecnologias (como anestesia e esterilização) proporcionam o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas. Vacinas ajudam a prevenir doenças e Gregor Mendel começa a estudar a genética. Número de nascimentos supera o de mortes graças a melhores condições de vida, saneamento e trabalho. Revolução biológica: grande quantidade de informação científica e de técnicas acentua uma prática médica cada vez mais especializada. Neurologia, infectologia, cirurgia, psiquiatria, entre outras.
-Século XX
Em meio a guerras, surgem as transfusões de sangue. Novos paradigmas da ciência se desenvolvem com a física quântica. A Medicina se torna mais tecnológica com meios para fazer diagnósticos específicos e tratamentos, como a radioterapia. Em 1928, Alexander Fleming descobre a penicilina e suas propriedades antibióticas. Em 1953, a revista Nature publica artigos sobre o DNA que se tornam amplamente conhecidos e abrem as portas para estudos sobre o genoma humano, células-tronco e curas de doenças a partir desse conhecimento.