Entre meados dos anos 80 e dos anos 90, a Cidade do México era considerada uma das metrópoles mais poluídas do mundo. Nos piores momentos daquela década, a visibilidade não passava de 20 metros e o número de mortes por problemas respiratórios era altíssimo. O ano de 1991, por exemplo, teve apenas dois dias com qualidade atmosférica considerada boa.
Mas, nas últimas duas décadas, o quadro mudou dramaticamente e hoje a metróple e seus 20 milhões de habitantes voltaram a respirar. Artigo publicado esta semana pelo blog Green, do diário The New York Times indica que, em 2012, a cidade registrou 248 dias em que a qualidade atmosférica foi considerada boa, confirmando a tendência positiva dos últimos anos.
A boa notícia se deve a um pacote de medidas de combate à poluição capitaneado, sobretudo, por Marcelo Ebrard, prefeito da capital mexicana desde o fim de 2006 e que acaba de deixar o cargo. Dirigente do Conselho Mundial de Prefeitos para as Mudanças Climáticas, ele também foi considerado o melhor prefeito do mundo por uma fundação dedicada a esse tipo de eleição, por conta de seu Plan Verde, um programa drástico de combate ao aquecimento global que reduziu as emissões locais em 7,7 milhões de toneladas em quatro anos, 10,2% a mais que o projetado inicialmente.
Uma das estratégias mais visíveis de Ebrard foi a promoção do uso de bicicletas, com a restrição da circulação de veículos motorizados aos domingos nos 24 quilômetros do Paseo de la Reforma, uma das principais artérias da capital; estímulo ao uso de táxis-riquixás e aluguel de bicicletas em regiões mais populosas. O Plan Verde também promoveu o plantio de pequenos bosques, jardins verticais ou no topo de edifícios; instalou iluminação pública energizada pelo Sol e estabeleceu medidas favoráveis à conservação de energia – tudo bem detalhado num documento oficial que avalia o sucesso da operação, publicado em agosto (PDF em espanhol).
O artigo publicado pelo blog Green dá pistas de que nem tudo são flores: faltam dados sobre a contaminação por material particulado; os trabalhadores tendem a morar longe do trabalho e as viagens de carro acabam sendo excessivamente longas; além disso o preço da gasolina é relativamente barato, o que restringe novos progressos. E, mais importante: o progresso da capital contrasta com o que se vê em outras cidades mexicanas, onde a qualidade do ar estaria piorando. Mas a história de sucesso do Distrito Federal é uma dessas histórias boas de se guardar na manga e na memória, para lembrar que às vezes mesmo os casos considerados perdidos podem ser revertidos.[:en]
Entre meados dos anos 80 e dos anos 90, a Cidade do México era considerada uma das metrópoles mais poluídas do mundo. Nos piores momentos daquela década, a visibilidade não passava de 20 metros e o número de mortes por problemas respiratórios era altíssimo. O ano de 1991, por exemplo, teve apenas dois dias com qualidade atmosférica considerada boa.
Mas, nas últimas duas décadas, o quadro mudou dramaticamente e hoje a metróple e seus 20 milhões de habitantes voltaram a respirar. Artigo publicado esta semana pelo blog Green, do diário The New York Times indica que, em 2012, a cidade registrou 248 dias em que a qualidade atmosférica foi considerada boa, confirmando a tendência positiva dos últimos anos.
A boa notícia se deve a um pacote de medidas de combate à poluição capitaneado, sobretudo, por Marcelo Ebrard, prefeito da capital mexicana desde o fim de 2006 e que acaba de deixar o cargo. Dirigente do Conselho Mundial de Prefeitos para as Mudanças Climáticas, ele também foi considerado o melhor prefeito do mundo por uma fundação dedicada a esse tipo de eleição, por conta de seu Plan Verde, um programa drástico de combate ao aquecimento global que reduziu as emissões locais em 7,7 milhões de toneladas em quatro anos, 10,2% a mais que o projetado inicialmente.
Uma das estratégias mais visíveis de Ebrard foi a promoção do uso de bicicletas, com a restrição da circulação de veículos motorizados aos domingos nos 24 quilômetros do Paseo de la Reforma, uma das principais artérias da capital; estímulo ao uso de táxis-riquixás e aluguel de bicicletas em regiões mais populosas. O Plan Verde também promoveu o plantio de pequenos bosques, jardins verticais ou no topo de edifícios; instalou iluminação pública energizada pelo Sol e estabeleceu medidas favoráveis à conservação de energia – tudo bem detalhado num documento oficial que avalia o sucesso da operação, publicado em agosto (PDF em espanhol).
O artigo publicado pelo blog Green dá pistas de que nem tudo são flores: faltam dados sobre a contaminação por material particulado; os trabalhadores tendem a morar longe do trabalho e as viagens de carro acabam sendo excessivamente longas; além disso o preço da gasolina é relativamente barato, o que restringe novos progressos. E, mais importante: o progresso da capital contrasta com o que se vê em outras cidades mexicanas, onde a qualidade do ar estaria piorando. Mas a história de sucesso do Distrito Federal é uma dessas histórias boas de se guardar na manga e na memória, para lembrar que às vezes mesmo os casos considerados perdidos podem ser revertidos.