Uma maratona de entrevistas com quase 23 mil pessoas de 22 países revelou que a população continua preocupada com os problemas ambientais, mas que essa consciência está caindo rapidamente, sobretudo nos últimos três anos, atingindo os menores níveis em 20 anos. O levantamento foi feito no segundo semestre do ano passado pela GlobeScan, uma consultoria multinacional especializada em pesquisas de opinião que tem a sustentabilidade como um dos seus focos e que repete esse tipo de estudo anualmente. As entrevistas, feitas pessoalmente ou por telefone, perguntaram qual seria o grau de seriedade de vários tópicos: poluição do ar e da água, perda de espécies, emissões veiculares, esgotamento dos aquíferos e mudanças climáticas. Um número decrescente de pessoas considera esses problemas “muito sérios”, como indicado no gráfico abaixo, que faz uma média das respostas obtidas em 12 países, inclusive o Brasil. Note que alguns dos itens podem ter alguma distorção, por não terem sido incluídos no questionário aplicado em alguns países.
O que é particularmente surpeendente neste gráfico é a hierarquia em que aparecem os diferentes tópicos. As mudanças climáticas – apesar da intensa cobertura na mídia, a menção no discurso de posse do presidente Barack Obama, e as recentes secas e borrascas extremas – ficaram entre os temas menos preocupantes. Apenas 49% dos entrevistados consideraram o aquecimento global um problema sério. A consciência sobre o déficit hídrico e a perda de recursos naturais é bem mais aguda.
Ao analisar os resultados, a GlobeScan inferiu que a queda na preocupação com as mudanças climáticas está associada ao fracasso da cúpula das Nações Unidas em Copenhague em dezembro de 2009. “A preocupação com o clima caiu primeiro nos países industrializados, mas os números deste ano indicam que ela agora também está caindo em grandes economias em desenvolvimento, como o Brasil e a China”, diz o relatório da organização. Os analistas também acreditam que a prolongada crise financeira global e a falta de lideranças sólidas seriam responsáveis pelo relaxamento geral. “Quem se preocupa em engajar a opinião pública quanto às questões ambientais precisa encontrar novas mensagens que possam revigorar um debate estagnado”, diz Doug Miller, presidente da GlobeScan.
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Uma maratona de entrevistas com quase 23 mil pessoas de 22 países revelou que a população continua preocupada com os problemas ambientais, mas que essa consciência está caindo rapidamente, sobretudo nos últimos três anos, atingindo os menores níveis em 20 anos. O levantamento foi feito no segundo semestre do ano passado pela GlobeScan, uma consultoria multinacional especializada em pesquisas de opinião que tem a sustentabilidade como um dos seus focos e que repete esse tipo de estudo anualmente. As entrevistas, feitas pessoalmente ou por telefone, perguntaram qual seria o grau de seriedade de vários tópicos: poluição do ar e da água, perda de espécies, emissões veiculares, esgotamento dos aquíferos e mudanças climáticas. Um número decrescente de pessoas considera esses problemas “muito sérios”, como indicado no gráfico abaixo, que faz uma média das respostas obtidas em 12 países, inclusive o Brasil. Note que alguns dos itens podem ter alguma distorção, por não terem sido incluídos no questionário aplicado em alguns países.
O que é particularmente surpeendente neste gráfico é a hierarquia em que aparecem os diferentes tópicos. As mudanças climáticas – apesar da intensa cobertura na mídia, a menção no discurso de posse do presidente Barack Obama, e as recentes secas e borrascas extremas – ficaram entre os temas menos preocupantes. Apenas 49% dos entrevistados consideraram o aquecimento global um problema sério. A consciência sobre o déficit hídrico e a perda de recursos naturais é bem mais aguda.
Ao analisar os resultados, a GlobeScan inferiu que a queda na preocupação com as mudanças climáticas está associada ao fracasso da cúpula das Nações Unidas em Copenhague em dezembro de 2009. “A preocupação com o clima caiu primeiro nos países industrializados, mas os números deste ano indicam que ela agora também está caindo em grandes economias em desenvolvimento, como o Brasil e a China”, diz o relatório da organização. Os analistas também acreditam que a prolongada crise financeira global e a falta de lideranças sólidas seriam responsáveis pelo relaxamento geral. “Quem se preocupa em engajar a opinião pública quanto às questões ambientais precisa encontrar novas mensagens que possam revigorar um debate estagnado”, diz Doug Miller, presidente da GlobeScan.