Give Kids the World Village é apontada como a melhor organização filantrópica dos Estados Unidos, o que não é pouco, diante do tamanho e a riqueza do Terceiro Setor no país. Ela foi criada há 27 anos por um sobrevivente do Holocausto que se estabeleceu na Flórida e, ao se aposentar, resolveu criar um resort para hospedar gratuitamente crianças e adolescentes portadores de doenças potencialmente fatais que sonham em conhecer a Disney. Ele já recebeu 120 mil famílias, vindos não só dos Estados Unidos mas também de outros 70 países.
Apesar de não receber um tostão do governo, a entidade chegou ao topo do ranking do Charity Navigator, um website que mapeia as organizações filantrópicas mais confiáveis e eficientes do país. Ela esteve entre as dez mais em nove dos últimos 10 anos. Uma das explicações: sua taxa de administração está na faixa de 7,8%, bastante módica, considerando o porte do empreendimento.
O parque, na cidade de Kissimmee, perto de Orlando, tem 28 hectares e inclui 140 casas capazes de acom0dar mais de 7 mil crianças por ano e algumas atrações concebidas de modo a atender as necessidades específicas desses clientes (um post anterior apresentou projeto vagamente aparentado: Parque de diversões inclusivo). Eles também recebem alimentação e tickets para os parques temáticos Disneyworld, Universal e Sea World.
Seu fundador, Henri Landwirth, é um judeu belga que passou parte de sua adolescência em Auschwitz e outros quatro campos de concentração. Perdeu a maior parte de sua família, e só sobreviveu por uma sequência de golpes de sorte e muita tenacidade. Depois da guerra, estudou hotelaria e tornou-se gerente de grandes hotéis na Flórida. Ou seja, não é, propriamente, um milionário. Apesar disso fundou nove entidades além da Give Kids the World, dedicadas às causas mais variadas, da aquisição de roupas para abrigos de sem-teto a bolsas de estudo em Ciências. Sua história improvável de sobrevivência, claro, motivou sua atividade filantrópica. “Eu me vejo em seus rostos”.
Em 1986, Landwirth recebeu um pedido para hospedar gratuitamente uma garota com leucemia e sua família, que queriam visitar a Disney. Ele concordou prontamente, mas outras burocracias envolvendo doações para que a viagem acontecesse demoraram e a menina acabou morrendo antes. Ele resolveu, então, criar uma filantrópica que pudesse acelerar e facilitar esse processo, para que as viagens pudessem ser realizadas de um dia para o outro. Boa praça, capitalizou as muitas relações que construiu no mundo da hotelaria, inclusive o astronauta John Glenn e o apresentador de TV Walter Cronkite. Ele conta um pouco de sua história no vídeo ao lado (em inglês), lacrimoso mas bem feito.
É uma daquelas iniciativas que não cura a fome mundial nem acaba com a malária, mas que tem um valor humano incálculável.[:en]
Give Kids the World Village é apontada como a melhor organização filantrópica dos Estados Unidos, o que não é pouco, diante do tamanho e a riqueza do Terceiro Setor no país. Ela foi criada há 27 anos por um sobrevivente do Holocausto que se estabeleceu na Flórida e, ao se aposentar, resolveu criar um resort para hospedar gratuitamente crianças e adolescentes portadores de doenças potencialmente fatais que sonham em conhecer a Disney. Ele já recebeu 120 mil famílias, vindos não só dos Estados Unidos mas também de outros 70 países.
Apesar de não receber um tostão do governo, a entidade chegou ao topo do ranking do Charity Navigator, um website que mapeia as organizações filantrópicas mais confiáveis e eficientes do país. Ela esteve entre as dez mais em nove dos últimos 10 anos. Uma das explicações: sua taxa de administração está na faixa de 7,8%, bastante módica, considerando o porte do empreendimento.
O parque, na cidade de Kissimmee, perto de Orlando, tem 28 hectares e inclui 140 casas capazes de acom0dar mais de 7 mil crianças por ano e algumas atrações concebidas de modo a atender as necessidades específicas desses clientes (um post anterior apresentou projeto vagamente aparentado: Parque de diversões inclusivo). Eles também recebem alimentação e tickets para os parques temáticos Disneyworld, Universal e Sea World.
Seu fundador, Henri Landwirth, é um judeu belga que passou parte de sua adolescência em Auschwitz e outros quatro campos de concentração. Perdeu a maior parte de sua família, e só sobreviveu por uma sequência de golpes de sorte e muita tenacidade. Depois da guerra, estudou hotelaria e tornou-se gerente de grandes hotéis na Flórida. Ou seja, não é, propriamente, um milionário. Apesar disso fundou nove entidades além da Give Kids the World, dedicadas às causas mais variadas, da aquisição de roupas para abrigos de sem-teto a bolsas de estudo em Ciências. Sua história improvável de sobrevivência, claro, motivou sua atividade filantrópica. “Eu me vejo em seus rostos”.
Em 1986, Landwirth recebeu um pedido para hospedar gratuitamente uma garota com leucemia e sua família, que queriam visitar a Disney. Ele concordou prontamente, mas outras burocracias envolvendo doações para que a viagem acontecesse demoraram e a menina acabou morrendo antes. Ele resolveu, então, criar uma filantrópica que pudesse acelerar e facilitar esse processo, para que as viagens pudessem ser realizadas de um dia para o outro. Boa praça, capitalizou as muitas relações que construiu no mundo da hotelaria, inclusive o astronauta John Glenn e o apresentador de TV Walter Cronkite. Ele conta um pouco de sua história no vídeo ao lado (em inglês), lacrimoso mas bem feito.
É uma daquelas iniciativas que não cura a fome mundial nem acaba com a malária, mas que tem um valor humano incálculável.