As borboletas voaram para a lista dos grupos taxonômicos de animais seriamente ameaçados de extinção. Abelhas, anfíbios e morcegos viram suas populações despencarem devido à eliminação de seus habitats e doenças misteriosas, muitas vezes associadas à presença excessiva de agroquímicos em seus ambientes naturais. Os lepidópteros parecem seguir pelo mesmo caminho.
Na Grã-Bretanha, 2012 foi considerado o pior ano já registrado para as borboletas, com o declínio de 52 dentre 56 espécies monitoradas. No sul da Florida, nos Estados Unidos, duas subespécies de borboletas marrons, parecidas com mariposas, foram declaradas extintas recentemente. E a situação é igualmente dramática para as famosas borboletas monarca, que viajam 4 mil quilômetros a cada inverno, entre o Norte do Canadá e o México – migração recorde entre insetos. Sua população caiu aos menores níveis dos últimos 20 anos – 60% a menos que a média, segundo pesquisadores do WWF e da Comissão Nacional de Áreas Protegidas do México. Eles acreditam que essa queda se deve, provavelmente, aos extremos climáticos. A onda de calor e a seca do verão do ano passado parecem ter debilitado a espécie e seus habitats. As monarcas estão se tornando raras, por exemplo, no estado americano de Minnesota, onde os campos de milkweed, uma erva daninha que serve de suporte para a larva da borboleta, foram extremamente reduzidos pela estiagem.
A Agência Europeia do Ambiente divulgou ontem um relatório alarmante sobre essa tendência. O órgão, responsável pelo monitoramento das questões ambientais no bloco, mapeou a presença de 17 espécies em 19 países, entre 1990 e 2011. Esse levantamento indicou que a população de borboletas caiu 50% nos prados europeus em apenas duas décadas. Hans Bruyninckx, diretor executivo da EEA, atribui o fenômeno à rarefação dos espaços naturais, devido à agricultura e ao uso de pesticidas que praticamente esterilizam largas extensões de terra. O abandono de áreas montanhosas e úmidas, anteriormente cultivadas mas consideradas inviáveis economicamente, também estaria contribuindo para o fenômeno, pois elas estão dando lugar a matagais que não garantem o sustento das borboletas. Bruyninckx antevê, para a Europa, um futuro sem borboletas e sem sua capacidade polinizadora. Os desdobramentos dessa ausência podem ser danosos tanto para a biodiversidade quanto a agricultura.[:en]
As borboletas voaram para a lista dos grupos taxonômicos de animais seriamente ameaçados de extinção. Abelhas, anfíbios e morcegos viram suas populações despencarem devido à eliminação de seus habitats e doenças misteriosas, muitas vezes associadas à presença excessiva de agroquímicos em seus ambientes naturais. Os lepidópteros parecem seguir pelo mesmo caminho.
Na Grã-Bretanha, 2012 foi considerado o pior ano já registrado para as borboletas, com o declínio de 52 dentre 56 espécies monitoradas. No sul da Florida, nos Estados Unidos, duas subespécies de borboletas marrons, parecidas com mariposas, foram declaradas extintas recentemente. E a situação é igualmente dramática para as famosas borboletas monarca, que viajam 4 mil quilômetros a cada inverno, entre o Norte do Canadá e o México – migração recorde entre insetos. Sua população caiu aos menores níveis dos últimos 20 anos – 60% a menos que a média, segundo pesquisadores do WWF e da Comissão Nacional de Áreas Protegidas do México. Eles acreditam que essa queda se deve, provavelmente, aos extremos climáticos. A onda de calor e a seca do verão do ano passado parecem ter debilitado a espécie e seus habitats. As monarcas estão se tornando raras, por exemplo, no estado americano de Minnesota, onde os campos de milkweed, uma erva daninha que serve de suporte para a larva da borboleta, foram extremamente reduzidos pela estiagem.
A Agência Europeia do Ambiente divulgou ontem um relatório alarmante sobre essa tendência. O órgão, responsável pelo monitoramento das questões ambientais no bloco, mapeou a presença de 17 espécies em 19 países, entre 1990 e 2011. Esse levantamento indicou que a população de borboletas caiu 50% nos prados europeus em apenas duas décadas. Hans Bruyninckx, diretor executivo da EEA, atribui o fenômeno à rarefação dos espaços naturais, devido à agricultura e ao uso de pesticidas que praticamente esterilizam largas extensões de terra. O abandono de áreas montanhosas e úmidas, anteriormente cultivadas mas consideradas inviáveis economicamente, também estaria contribuindo para o fenômeno, pois elas estão dando lugar a matagais que não garantem o sustento das borboletas. Bruyninckx antevê, para a Europa, um futuro sem borboletas e sem sua capacidade polinizadora. Os desdobramentos dessa ausência podem ser danosos tanto para a biodiversidade quanto a agricultura.