O governo do Equador e 30 mil indígenas da província de Sucumbios, no nordeste do país, acabam de vencer uma briga de quase duas década contra a Texaco/Chevron, que explorou petróleo na Amazônia entre 1964 e 1990. A empresa foi condenada em última instância, pela Suprema Corte equatoriana, por poluir a região, e terá de pagar o equivalente a US$ 8,6 bilhões – uma das maiores multas por crime ambiental já aplicada em nível global. Apesar da escala, este valor é a metade do que havia sido determinado pela Justiça do país em 2011.
Em 1964, o governo equatoriano concedeu à Texaco o direito de explorar o petróleo numa área florestal de 1,5 milhão de hectares, onde a empresa abriu uma centena de poços sem investimentos básicos de minimização de impactos. Rejeitos com alta presença de metais pesados foram depositados a céu aberto em tanques que acabaram por transbordar. Segundo dados do processo, durante os 26 anos de concessão, até 1990, mais de 60 bilhões de litros de águas contaminadas foram despejados em rios da região, foram abertas 880 fossas para depósito de resíduos de petróleo e 650 mil barris de petróleo bruto foram abandonados no local. Os indígenas da região apresentam índices elevados de incidência de câncer, infertilidade e malformações. Muitas comunidades tiveram de deixar suas aldeias.
A Chevron, que herdou esse passivo ao adquirir a Texaco em 2001, promete continuar brigando para revogar a decisão em cortes de outros países e no Tribunal Internacional de Haia, na Holanda. Nos últimos dois anos, a empresa acusou um juíz encarregado do processo de ser corrupto e denunciou relatórios que considerou fraudulentos. Também criticou o posicionamento do presidente equatoriano, francamente favorável à causa dos indígena. Em setembro deste ano, Rafael Correa lançou a campanha “Mão Suja da Chevron”, protestando contra o que considera uma campanha de desinformação por parte da empresa. A Chevron também argumenta que foi exonerada de responsabilidade por um acordo firmado com a estatal Petroecuador em 1998.
Você pode ler mais a respeito no diário equatoriano El Universo, no El País, na The Economist e, aqui na Página 22, no artigo Chernobyl amazônico, de 2009.[:en]
O governo do Equador e 30 mil indígenas da província de Sucumbios, no nordeste do país, acabam de vencer uma briga de quase duas década contra a Texaco/Chevron, que explorou petróleo na Amazônia entre 1964 e 1990. A empresa foi condenada em última instância, pela Suprema Corte equatoriana, por poluir a região, e terá de pagar o equivalente a US$ 8,6 bilhões – uma das maiores multas por crime ambiental já aplicada em nível global. Apesar da escala, este valor é a metade do que havia sido determinado pela Justiça do país em 2011.
Em 1964, o governo equatoriano concedeu à Texaco o direito de explorar o petróleo numa área florestal de 1,5 milhão de hectares, onde a empresa abriu uma centena de poços sem investimentos básicos de minimização de impactos. Rejeitos com alta presença de metais pesados foram depositados a céu aberto em tanques que acabaram por transbordar. Segundo dados do processo, durante os 26 anos de concessão, até 1990, mais de 60 bilhões de litros de águas contaminadas foram despejados em rios da região, foram abertas 880 fossas para depósito de resíduos de petróleo e 650 mil barris de petróleo bruto foram abandonados no local. Os indígenas da região apresentam índices elevados de incidência de câncer, infertilidade e malformações. Muitas comunidades tiveram de deixar suas aldeias.
A Chevron, que herdou esse passivo ao adquirir a Texaco em 2001, promete continuar brigando para revogar a decisão em cortes de outros países e no Tribunal Internacional de Haia, na Holanda. Nos últimos dois anos, a empresa acusou um juíz encarregado do processo de ser corrupto e denunciou relatórios que considerou fraudulentos. Também criticou o posicionamento do presidente equatoriano, francamente favorável à causa dos indígena. Em setembro deste ano, Rafael Correa lançou a campanha “Mão Suja da Chevron”, protestando contra o que considera uma campanha de desinformação por parte da empresa. A Chevron também argumenta que foi exonerada de responsabilidade por um acordo firmado com a estatal Petroecuador em 1998.
Você pode ler mais a respeito no diário equatoriano El Universo, no El País, na The Economist e, aqui na Página 22, no artigo Chernobyl amazônico, de 2009.