Os quatro cemitérios de Versailles, a capital dos reis franceses, deixaram de usar adubos químicos e pesticidas há quatro anos – flores e capim se espalharam entre as sepulturas, agradando alguns, chocando outros, que viram aí um desrespeito aos mortos. A cidade – e vários outros municípios da França, como Belfort, Estrasburgo e Nantes – baniu tais insumos de todos os espaços municipais. Ervas daninhas passaram a ser removidas por meios mecânicos, sobretudo a extração manual, para preservar a saúde dos funcionários encarregados da jardinagem e reduzir o volume de contaminantes carregados para os lençóis freáticos e rios.
Essa tendência localizada está em vias de se espalhar pelo território francês. Em 19 de novembro, o Senado aprovou um projeto de lei que estende a proibição para espaços verdes abertos ao público em todo o território nacional a partir de 2020. Na França, o uso urbano de agroquímicos representa entre 5% e 10% do volume total aplicado, cerca de 5 mil toneladas anuais. O texto abre algumas exceções, como a permissão do uso de agrotóxicos em áreas de práticas esportivas, como campos de futebol. A nova lei vai ainda mais longe e proíbe a venda de agroquímicos para uso não-profissional, ou seja, em supermercados e o comércio não especializado, a partir de 2022. Mas o texto do Senado, que tem apoio do governo, ainda terá passar pelo Congresso francês, a Assembléia Nacional, no começo do ano que vem.[:en]
Os quatro cemitérios de Versailles, a capital dos reis franceses, deixaram de usar adubos químicos e pesticidas há quatro anos – flores e capim se espalharam entre as sepulturas, agradando alguns, chocando outros, que viram aí um desrespeito aos mortos. A cidade – e vários outros municípios da França, como Belfort, Estrasburgo e Nantes – baniu tais insumos de todos os espaços municipais. Ervas daninhas passaram a ser removidas por meios mecânicos, sobretudo a extração manual, para preservar a saúde dos funcionários encarregados da jardinagem e reduzir o volume de contaminantes carregados para os lençóis freáticos e rios.
Essa tendência localizada está em vias de se espalhar pelo território francês. Em 19 de novembro, o Senado aprovou um projeto de lei que estende a proibição para espaços verdes abertos ao público em todo o território nacional a partir de 2020. Na França, o uso urbano de agroquímicos representa entre 5% e 10% do volume total aplicado, cerca de 5 mil toneladas anuais. O texto abre algumas exceções, como a permissão do uso de agrotóxicos em áreas de práticas esportivas, como campos de futebol. A nova lei vai ainda mais longe e proíbe a venda de agroquímicos para uso não-profissional, ou seja, em supermercados e o comércio não especializado, a partir de 2022. Mas o texto do Senado, que tem apoio do governo, ainda terá passar pelo Congresso francês, a Assembléia Nacional, no começo do ano que vem.