Parte da China está encoberta há anos por uma camada opaca de poluentes, que chega em alguns momentos a ser centenas de vezes mais densa que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Na semana passada, a concentração de partículas na faixa de 2,5 ppm (partes por milhão) na atmosfera de Beijing – poeira minúscula e que pode se acumular nos pulmões e entrar no sangue – chegou a 505 microgramas por metro cúbico. A OMS recomenda que ela não ultrapasse 25. A poluição é tamanha que está reduzindo a expectativa da população e poderá comprometer a produção de alimentos.
No ano passado, um grupo de pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), da Escola de Administração de Guang Hua e da Universidade Hebraica de Jerusalém divulgou estudo indicando que a expectativa de vida em regiões chinesas com alta concentração de material particulado em suspensão na atmosfera, situadas ao norte do rio Huai (e incluindo Beijing), era de 5,5 anos a menos do que em outras partes do país, devido à alta incidência de doenças cardiorrespiratórias.
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Desde então, o quadro se agravou. Em meados de fevereiro, a Academia de Ciências Sociais de Xangai publicou um relatório dizendo que a poluição de Beijing estava tornando a cidade inabitável para humanos.
E na semana passada, He Dongxian, professora-assistente da Escola de Recursos Hídricos e Engenharia Civil da Universidade Agrícola da China, apresentou ao diário britânico The Guardian evidências experimentais de que a contaminação alcançou um nível de toxicidade comparável ao de um “inverno nuclear”, que poderá comprometer a capacidade de fotossíntese das plantas e, em decorrência, a produtividade da agricultura chinesa. Dongxian realizou experiências que indicaram que os poluentes aderem aos telhados de estufas, reduzindo a quantidade de insolação dentro dessas estruturas em cerca de 50% e comprometendo seriamente a fotossíntese e o desenvolvimento das plantas.
Ela testou sua hipótese plantando sementes de pimenta e tomate em dois ambientes distintos: um laboratório com iluminação artificial e uma estufa ao ar livre. As primeiras germinaram em 20 dias. Aquelas que estavam expostas à poluição, sem acesso à iluminação do Sol, levaram mais de dois meses.
Segundo o The Guardian, a intensa poluição está afetando a economia do país, retendo aeronaves no solo e reduzindo dramaticamente o número de visitantes na Cidade Proibida de Beijing. Se a fotossíntese dos campos chineses for realmente comprometida, o problema mudará de escala.
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Parte da China está encoberta há anos por uma camada opaca de poluentes, que chega em alguns momentos a ser centenas de vezes mais densa que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Na semana passada, a concentração de partículas na faixa de 2,5 ppm (partes por milhão) na atmosfera de Beijing – poeira minúscula e que pode se acumular nos pulmões e entrar no sangue – chegou a 505 microgramas por metro cúbico. A OMS recomenda que ela não ultrapasse 25. A poluição é tamanha que está reduzindo a expectativa da população e poderá comprometer a produção de alimentos.
No ano passado, um grupo de pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), da Escola de Administração de Guang Hua e da Universidade Hebraica de Jerusalém divulgou estudo indicando que a expectativa de vida em regiões chinesas com alta concentração de material particulado em suspensão na atmosfera, situadas ao norte do rio Huai (e incluindo Beijing), era de 5,5 anos a menos do que em outras partes do país, devido à alta incidência de doenças cardiorrespiratórias.
Desde então, o quadro se agravou. Em meados de fevereiro, a Academia de Ciências Sociais de Xangai publicou um relatório dizendo que a poluição de Beijing estava tornando a cidade inabitável para humanos.
E na semana passada, He Dongxian, professora-assistente da Escola de Recursos Hídricos e Engenharia Civil da Universidade Agrícola da China, apresentou ao diário britânico The Guardian evidências experimentais de que a contaminação alcançou um nível de toxicidade comparável ao de um “inverno nuclear”, que poderá comprometer a capacidade de fotossíntese das plantas e, em decorrência, a produtividade da agricultura chinesa. Dongxian realizou experiências que indicaram que os poluentes aderem aos telhados de estufas, reduzindo a quantidade de insolação dentro dessas estruturas em cerca de 50% e comprometendo seriamente a fotossíntese e o desenvolvimento das plantas.
Ela testou sua hipótese plantando sementes de pimenta e tomate em dois ambientes distintos: um laboratório com iluminação artificial e uma estufa ao ar livre. As primeiras germinaram em 20 dias. Aquelas que estavam expostas à poluição, sem acesso à iluminação do Sol, levaram mais de dois meses.
Segundo o The Guardian, a intensa poluição está afetando a economia do país, retendo aeronaves no solo e reduzindo dramaticamente o número de visitantes na Cidade Proibida de Beijing. Se a fotossíntese dos campos chineses for realmente comprometida, o problema mudará de escala.
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