O apetite do crime organizado por marfim e chifres está acelerando a extinção de elefantes e rinocerontes na Ásia e na África, após anos em que as duas populações prosperaram graças a programas de conservação. O aumento dramático da ação dos caçadores, mesmo em áreas protegidas, soma-se a a elementos tradicionais de pressão, como o crescimento da população humana, a falta de controle oficial e a proximidade de obras de infraestrutura.
A Comissão de Sobrevivência das Espécies da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) estima que havia 20.405 rinocerontes brancos e 5.055 rinocerontes negros no conjunto da África no início de 2013. Daí até setembro, 613 animais foram abatidos para extração do chifre na África do Sul – mas o número poderia ser bem maior se somarmos outros países. O chifre de rinoceronte tem preço de mercado comparável ao do ouro.
A situação de outros paquidermes não é muito melhor. O número de elefantes de florestas da África central caiu 63% entre 2002 e 2011 e a sua área de distribuição no Gabão e no Congo diminuiu 30%. As populações de elefantes de savana também estão despencando. Artigo recente da imprensa da Tanzânia indica que 10 elefantes são mortos por dia em santuários ecológicos do país e 3 nas reservas do Quênia. A saída, diz o ambientalista queniano Jim Nyamu, do Elephant Neighbours Center, passa pelo engajamento das comunidades vizinhas, para que entenda a importância da conservação (e não colaborem com os caçadores). Nyamu, que acompanha o tema há 17 anos, fala a respeito no vídeo ao lado (em inglês), uma entrevista para uma rádio local.
A excelente revista Outside, voltada para esportes e vida ao ar livre, acaba de publicar um artigo que descreve o ambiente mafioso e extremamente violento que se desenvolveu em torno desse comércio, fomentado pela elevação dos preços do marfim no mercado chinês (The Madness of Modern-Day Poaching/A Loucura da Caça nos Dias de Hoje). A expansão do crime ambiental organizado não tem impacto apenas sobre a biodiversidade. No ano passado, ao rastrear as origens do dinheiro que patrocinou o ataque terrorista a um shopping de Nairóbi, capital do Quênia, a polícia encontrou o dedo de traficantes de marfim.[:en]
O apetite do crime organizado por marfim e chifres está acelerando a extinção de elefantes e rinocerontes na Ásia e na África, após anos em que as duas populações prosperaram graças a programas de conservação. O aumento dramático da ação dos caçadores, mesmo em áreas protegidas, soma-se a a elementos tradicionais de pressão, como o crescimento da população humana, a falta de controle oficial e a proximidade de obras de infraestrutura.
A Comissão de Sobrevivência das Espécies da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) estima que havia 20.405 rinocerontes brancos e 5.055 rinocerontes negros no conjunto da África no início de 2013. Daí até setembro, 613 animais foram abatidos para extração do chifre na África do Sul – mas o número poderia ser bem maior se somarmos outros países. O chifre de rinoceronte tem preço de mercado comparável ao do ouro.
A situação de outros paquidermes não é muito melhor. O número de elefantes de florestas da África central caiu 63% entre 2002 e 2011 e a sua área de distribuição no Gabão e no Congo diminuiu 30%. As populações de elefantes de savana também estão despencando. Artigo recente da imprensa da Tanzânia indica que 10 elefantes são mortos por dia em santuários ecológicos do país e 3 nas reservas do Quênia. A saída, diz o ambientalista queniano Jim Nyamu, do Elephant Neighbours Center, passa pelo engajamento das comunidades vizinhas, para que entenda a importância da conservação (e não colaborem com os caçadores). Nyamu, que acompanha o tema há 17 anos, fala a respeito no vídeo ao lado (em inglês), uma entrevista para uma rádio local.
A excelente revista Outside, voltada para esportes e vida ao ar livre, acaba de publicar um artigo que descreve o ambiente mafioso e extremamente violento que se desenvolveu em torno desse comércio, fomentado pela elevação dos preços do marfim no mercado chinês (The Madness of Modern-Day Poaching/A Loucura da Caça nos Dias de Hoje). A expansão do crime ambiental organizado não tem impacto apenas sobre a biodiversidade. No ano passado, ao rastrear as origens do dinheiro que patrocinou o ataque terrorista a um shopping de Nairóbi, capital do Quênia, a polícia encontrou o dedo de traficantes de marfim.