As mundanças climáticas, que os Estados Unidos relutaram a enfrentar, poderão custar bilhões de dólares à economia do país já nos próximos 20 anos. Segundo o relatório Risky Business, divulgado hoje, as empresas americanas deveriam tratar a crise ambiental como ameaça real à sua sobrevivência. Esta é a primeira vez que um estudo quantifica os prejuízos associados ao aquecimento global nos EUA.
O relatório é uma iniciativa conjunta de Henry Paulson, secretário do Tesouro no governo de George W. Bush, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, e Tom Sleyer, um investidor bilionário. Ele foi produzido por um comitê formado por representantes dos dois partidos majoritários (o Democrata, que lidera esse debate, e o Republicano, que sempre fechou os olhos para o tema), legisladores, líderes empresariais e cientistas. Durante a coletiva de lançamento, Paulson declarou que um dos principais objetivos da iniciativa foi, justamente, despolitizar o debate climático e focar nas suas prováveis consequências econômicas. Isso porque, para Paulson, os riscos são “muito mais perversos e cruéis do que os da crise financeira [de 2008]”.
Risky Business utiliza ferramentas tradicionais de análise de risco e projeções da literatura científica para determinar a possível amplitude do impacto sobre as várias regiões do país e os diversos setores da economia. Dentre suas principais conclusões, podemos citar:
- Nos próximos 15 anos, a elevação dos oceanos, as grandes tempestades e furacões poderão aumentar o prejuízo anual pela destruição de cidades da costa do Atlântico e do Golfo do México por eventos climáticos a US$ 35 bilhões. Patrimônio imobiliário litorâneo avaliado em mais de US$ 1,4 trilhões poderá ser comprometido.
- Algumas áreas agrícolas no Meio-Oeste e no Sudeste poderão ter queda na produtividade superior a 10% na produção de milho, trigo, soja e algodão, já nos próximos cinco anos ou em até 25 anos devido à ampliação das secas e inundações, a menos que os produtores rurais invistam em adaptação.
- A elevação da temperatura provavelmente exigirá uma capacidade adicional de geração de eletricidade na faixa de 95 gigawatts (o equivalente a 200 termelétricas a gás natural ou carvão), a um custo de até US$ 12 bilhões anuais, repassado aos consumidores residenciais e comerciais.
[:en]As mundanças climáticas, que os Estados Unidos relutaram a enfrentar, poderão custar bilhões de dólares à economia do país já nos próximos 20 anos. Segundo o relatório Risky Business, divulgado hoje, as empresas americanas deveriam tratar a crise ambiental como ameaça real à sua sobrevivência. Esta é a primeira vez que um estudo quantifica os prejuízos associados ao aquecimento global nos EUA.
O relatório é uma iniciativa conjunta de Henry Paulson, secretário do Tesouro no governo de George W. Bush, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, e Tom Sleyer, um investidor bilionário. Ele foi produzido por um comitê formado por representantes dos dois partidos majoritários (o Democrata, que lidera esse debate, e o Republicano, que sempre fechou os olhos para o tema), legisladores, líderes empresariais e cientistas. Durante a coletiva de lançamento, Paulson declarou que um dos principais objetivos da iniciativa foi, justamente, despolitizar o debate climático e focar nas suas prováveis consequências econômicas. Isso porque, para Paulson, os riscos são “muito mais perversos e cruéis do que os da crise financeira [de 2008]”.
Risky Business utiliza ferramentas tradicionais de análise de risco e projeções da literatura científica para determinar a possível amplitude do impacto sobre as várias regiões do país e os diversos setores da economia. Dentre suas principais conclusões, podemos citar:
- Nos próximos 15 anos, a elevação dos oceanos, as grandes tempestades e furacões poderão aumentar o prejuízo anual pela destruição de cidades da costa do Atlântico e do Golfo do México por eventos climáticos a US$ 35 bilhões. Patrimônio imobiliário litorâneo avaliado em mais de US$ 1,4 trilhões poderá ser comprometido.
- Algumas áreas agrícolas no Meio-Oeste e no Sudeste poderão ter queda na produtividade superior a 10% na produção de milho, trigo, soja e algodão, já nos próximos cinco anos ou em até 25 anos devido à ampliação das secas e inundações, a menos que os produtores rurais invistam em adaptação.
- A elevação da temperatura provavelmente exigirá uma capacidade adicional de geração de eletricidade na faixa de 95 gigawatts (o equivalente a 200 termelétricas a gás natural ou carvão), a um custo de até US$ 12 bilhões anuais, repassado aos consumidores residenciais e comerciais.