A circulação global de navios quadruplicou ao longo das duas décadas que vão de 1992 a 2012. O aumento do tráfego foi particularmente intenso no Oceano Índico e nos mares que circundam a China, regiões que concentram a produção de manufaturados exportados para o resto do mundo. Mas esse crescimento explosivo ocorreu em todo o planeta, inclusive em áreas bastante remotas, com exceção da costa da Somália, onde navios comerciais pararam de circular em 2006, devido à ação de piratas. No Brasil, houve uma expansão importante da navegação oceânica associada à exploração off-shore de petróleo.
Essa movimentação é tema do primeiro mapa global do tráfego oceânico produzido com base em imagens de satélites que dispõem de radares e altímetros. Esses equipamentos permitem estimar a altura da superfície oceânica, viabilizando o cálculo da elevação do nível do mar e o mapeamento da localização de icebergs e navios. É um nível de informação sem precedentes para quem estuda a poluição em alto-mar.
O estudo, divulgado há duas semanas na revista Geophysical Research Letters, foi elaborado por Jean Tournadre, geofísico do Institut Français de Recherche pour l’Exploitation de la Mer, centro francês de pesquisas marinhas. O pesquisador vê uma forte correlação entre o aumento da circulação de navios e o crescimento da concentração atmosférica de dióxido de nitrogênio (poluente emitido pelos navios). As rotas que concentram maior número de cargueiros coincidem com áreas de maior contaminação por dióxido de nitrogênio identificadas previamente pela Nasa (veja a imagem ao lado, produzida pela agência espacial americana em 2012). A revista National Geographic também produziu uma excelente síntese visual desse mapeamento.
O NO2 é um dos óxidos de nitrogênio, família de gases que promove problemas cardiovasculares e respiratórios, a acidificação do solo e das águas e a formação de ozônio. Motores a combustão, como os que movimentam cargueiros, são uma de suas principais fontes. Estudos como o de Tournardre e da NASA ajudam a determinar a participação das frotas marítimas na geração de nitrogênio, hoje estimada na faixa de 15% a 30%.[:en]
A circulação global de navios quadruplicou ao longo das duas décadas que vão de 1992 a 2012. O aumento do tráfego foi particularmente intenso no Oceano Índico e nos mares que circundam a China, regiões que concentram a produção de manufaturados exportados para o resto do mundo. Mas esse crescimento explosivo ocorreu em todo o planeta, inclusive em áreas bastante remotas, com exceção da costa da Somália, onde navios comerciais pararam de circular em 2006, devido à ação de piratas. No Brasil, houve uma expansão importante da navegação oceânica associada à exploração off-shore de petróleo.
Essa movimentação é tema do primeiro mapa global do tráfego oceânico produzido com base em imagens de satélites que dispõem de radares e altímetros. Esses equipamentos permitem estimar a altura da superfície oceânica, viabilizando o cálculo da elevação do nível do mar e o mapeamento da localização de icebergs e navios. É um nível de informação sem precedentes para quem estuda a poluição em alto-mar.
O estudo, divulgado há duas semanas na revista Geophysical Research Letters, foi elaborado por Jean Tournadre, geofísico do Institut Français de Recherche pour l’Exploitation de la Mer, centro francês de pesquisas marinhas. O pesquisador vê uma forte correlação entre o aumento da circulação de navios e o crescimento da concentração atmosférica de dióxido de nitrogênio (poluente emitido pelos navios). As rotas que concentram maior número de cargueiros coincidem com áreas de maior contaminação por dióxido de nitrogênio identificadas previamente pela Nasa (veja a imagem ao lado, produzida pela agência espacial americana em 2012). A revista National Geographic também produziu uma excelente síntese visual desse mapeamento.
O NO2 é um dos óxidos de nitrogênio, família de gases que promove problemas cardiovasculares e respiratórios, a acidificação do solo e das águas e a formação de ozônio. Motores a combustão, como os que movimentam cargueiros, são uma de suas principais fontes. Estudos como o de Tournardre e da NASA ajudam a determinar a participação das frotas marítimas na geração de nitrogênio, hoje estimada na faixa de 15% a 30%.