As termelétricas a carvão são a maior fonte individual de gases promotores das mudanças climáticas originadas pela ação humana. Isso porque o carvão, a despeito de sua enorme capacidade poluidora, é a base da matriz energética de grandes países, inclusive os Estados Unidos, a China e a Índia. Durante anos, nada parecia abalar sua hegemonia, nem a pressão dos ambientalistas, nem o barateamento das novas alternativas renováveis, nem os protestos da população afetada pelos materiais particulados e gases emitidos nas termelétricas. Agora, parece haver indícios de que a queima do carvão já começou a declinar em várias partes do mundo.
Há um ano e meio, falei aqui na decisão de investidores importantes de retirar seu apoio à produção e queima desse combustível, dentre eles o Banco Mundial, o Banco Europeu de Investimento e o Export-Import Bank, a agência oficial de crédito a exportações dos Estados Unidos. Na época, apontei também que 150 termelétricas americanas haviam encerrado suas atividades desde 2010.
Pois as boas notícias nesse front continuam a se multiplicar. Esta semana, a Sierra Club, uma das maiores ONGs ambientalistas dos EUA, publicou um relatório juntamente com a Coalwarm, rede de cientistas quer mapeia os impactos do carvão, em que discorre sobre o encolhimento do mercado de termelétricas a carvão desde 2010, após anos de um crescimento que os pesquisadores classificaram de “extraordinário”. O estudo indica que, para cada nova usina construída, duas são adiadas ou canceladas. A capacidade global de geração termelétrica em fase de planejamento e implantação caiu de 1.401 gigawatts, em 2012, para 1.080 GW em 2014, uma queda de 23%.
A tendência é particularmente forte na Europa, nos países do Sul da Ásia, na América Latina e na África. Na Índia, os empreendedores estão conseguindo tirar apenas uma em cada sete termelétricas do papel. Na China, a produção de carvão teve uma queda inesperada de 2,1% em 2014. Para este ano está prevista uma redução adicional de 2,5%. Diversos analistas atribuem a queda às políticas climáticas chinesas cada vez mais rígidas, após décadas de desinteresse de Beinjing por qualquer forma de regulamentação socioambiental. Nos Estados Unidos e na União Europeia, a capacidade de geração termelétrica desativada entre 2003 a 2014 foi 22% superior à nova capacidade instalada no período. A expectativa dos autores do estudo é que essa porcentagem aumente ainda mais no futuro. Entretanto, uns poucos países fogem a essa tendência e continuam expandindo seu parque termelétrico. Dentre eles, o relatório cita a Turquia, o Vietnã, a Indonésia e a Polônia.[:en]
As termelétricas a carvão são a maior fonte individual de gases promotores das mudanças climáticas originadas pela ação humana. Isso porque o carvão, a despeito de sua enorme capacidade poluidora, é a base da matriz energética de grandes países, inclusive os Estados Unidos, a China e a Índia. Durante anos, nada parecia abalar sua hegemonia, nem a pressão dos ambientalistas, nem o barateamento das novas alternativas renováveis, nem os protestos da população afetada pelos materiais particulados e gases emitidos nas termelétricas. Agora, parece haver indícios de que a queima do carvão já começou a declinar em várias partes do mundo.
Há um ano e meio, falei aqui na decisão de investidores importantes de retirar seu apoio à produção e queima desse combustível, dentre eles o Banco Mundial, o Banco Europeu de Investimento e o Export-Import Bank, a agência oficial de crédito a exportações dos Estados Unidos. Na época, apontei também que 150 termelétricas americanas haviam encerrado suas atividades desde 2010.
Pois as boas notícias nesse front continuam a se multiplicar. Esta semana, a Sierra Club, uma das maiores ONGs ambientalistas dos EUA, publicou um relatório juntamente com a Coalwarm, rede de cientistas quer mapeia os impactos do carvão, em que discorre sobre o encolhimento do mercado de termelétricas a carvão desde 2010, após anos de um crescimento que os pesquisadores classificaram de “extraordinário”. O estudo indica que, para cada nova usina construída, duas são adiadas ou canceladas. A capacidade global de geração termelétrica em fase de planejamento e implantação caiu de 1.401 gigawatts, em 2012, para 1.080 GW em 2014, uma queda de 23%.
A tendência é particularmente forte na Europa, nos países do Sul da Ásia, na América Latina e na África. Na Índia, os empreendedores estão conseguindo tirar apenas uma em cada sete termelétricas do papel. Na China, a produção de carvão teve uma queda inesperada de 2,1% em 2014. Para este ano está prevista uma redução adicional de 2,5%. Diversos analistas atribuem a queda às políticas climáticas chinesas cada vez mais rígidas, após décadas de desinteresse de Beinjing por qualquer forma de regulamentação socioambiental. Nos Estados Unidos e na União Europeia, a capacidade de geração termelétrica desativada entre 2003 a 2014 foi 22% superior à nova capacidade instalada no período. A expectativa dos autores do estudo é que essa porcentagem aumente ainda mais no futuro. Entretanto, uns poucos países fogem a essa tendência e continuam expandindo seu parque termelétrico. Dentre eles, o relatório cita a Turquia, o Vietnã, a Indonésia e a Polônia.