O ano de 2015 tem sido desafiador também para a agenda global da sustentabilidade. Os próximos meses são de preparação para uma das mais decisivas Conferências das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a COP 21, a realizar-se em dezembro. Além disso, o ano marca um novo período que deverá endereçar novas e ambiciosas metas, os ODS, ou Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que constituem a chamada agenda pós-2015. As questões relativas a água, clima, mobilidade, bem-estar, justiça social, entre tantas outras, indicam que estamos perdendo batalhas e precisamos ganhar velocidade e eficiência na busca de soluções.
As tomadas de decisão no âmbito da ONU têm como trunfo a alta legitimidade, mas, em paralelo, os demais atores da governança global precisam agir, imprimindo dinamismo ao processo. São eles os governos, as empresas, as organizações do Terceiro Setor, as multilaterais, as bolsas, os sistemas de certificação, o cidadão. O importante é que esses players se articulem em torno de metas em comum, para que as forças ganhem sinergia, gerando assim um círculo virtuoso – nas palavras do advogado Eduardo Felipe Matias em Entrevista nesta edição. A governança da sustentabilidade tende a ganhar força organizando-se em rede, não em estruturas hierárquicas e piramidais.
Nesse ambiente multiarticulado, o maior não necessariamente quer dizer melhor. A força está na capacidade de fazer conexões e na inovação que se consegue produzir a partir delas. É com esse mote que o GVces e a Página22 lançaram no fim de março o Guia de Inovação para Sustentabilidade em MPE (mais aqui). A iniciativa reconhece o diferencial das micros e pequenas empresas e sua capacidade de contribuir para uma nova economia, que leve em conta os limites da Terra ao mesmo tempo em que é inclusiva socialmente. Muito do dinamismo necessário para que se as questões globais sejam encaminhadas está nas pequenas estruturas. É delas que mais se esperam inovações disruptivas, que façam de fato diferença.
Boa leitura!