Estudo colaborativo publicado esta semana pela revista Nature faz uma revisão sem precedentes do impacto das mudanças do uso do solo sobre a biodiversidade global desde 1500. Em 2005, a expansão da ocupação humana, sobretudo via agricultura e pecuária, já havia reduzido em 13,6% o número de espécies dos ecossistemas locais, tomando como base a biodiversidade existente pré- Revolução Industrial. Essa média esconde grandes variações regionais. Nos países do oeste da Europa, as perdas foram mais dramáticas, entre 20% e 30%. As áreas mais afetadas chegaram a perder uma em cada três espécies nesse período e – não é surpresa – a maior parte dessas perdas foi registrada nos últimos 100 anos.
O estudo “Global Effects of Land Use on Local Terrestrial Biodiversity” é a primeira análise global de porte sobre os impactos humanos sobre a biodiversidade local. Ele foi produzido numa colaboração do Centro de Monitoramento da Conservação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Museu de História Natural de Londres e universidades do Reino Unido. Os autores, sob a liderança de Tim Newbold, do Pnuma, e Lawrence Hudson, do Museu de História Natural, compilaram dados de mais de 70 países e 26.600 espécies.
Até 2100, os pesquisadores preveem que a redução no número de espécies poderá chegar a 17%, em média, num cenário de business-as-usual, se as emissões de gases estufa mantiverem os padrões atuais. A perda de 20% da biodiversidade local é apontada pelos autores como um ponto de virada, em que os ecossistemas perdem sua habilidade de prestar serviços naturais como o controle de enchentes ou da disseminação de pragas agrícolas.
Mas o trabalho também trouxe boas notícias, ao indicar evidências de que parte dessas perdas pode ser revertida. Algumas poucas áreas, como certas zonas do Congo e do Oeste da Amazônia, ampliaram sua biodiversidade no período. Mas, segundo os autores, para que outras áreas passem por recuperação semelhante, será necessário um esforço internacional de combate às mudanças climáticas, sobretudo via criação de um mercado de carbono que atribua um valor financeiro às áreas de alta biodiversidade, facilitando sua conservação. Eles apontam essa estratégia como sendo uma solução eficaz tanto para países desenvolvidos quanto para os mais pobres.”Se a sociedade trabalhar conjuntamente e reduzir as mudanças climáticas por meio da valorização das florestas, poderemos reverter os últimos 50 anos de impactos sobre a biodiversidade terrestre até o fim do século “, declarou um dos autores, Andy Purvis, do Museu de História Natural de Londres.[:en]
Estudo colaborativo publicado esta semana pela revista Nature faz uma revisão sem precedentes do impacto das mudanças do uso do solo sobre a biodiversidade global desde 1500. Em 2005, a expansão da ocupação humana, sobretudo via agricultura e pecuária, já havia reduzido em 13,6% o número de espécies dos ecossistemas locais, tomando como base a biodiversidade existente pré- Revolução Industrial. Essa média esconde grandes variações regionais. Nos países do oeste da Europa, as perdas foram mais dramáticas, entre 20% e 30%. As áreas mais afetadas chegaram a perder uma em cada três espécies nesse período e – não é surpresa – a maior parte dessas perdas foi registrada nos últimos 100 anos.
O estudo “Global Effects of Land Use on Local Terrestrial Biodiversity” é a primeira análise global de porte sobre os impactos humanos sobre a biodiversidade local. Ele foi produzido numa colaboração do Centro de Monitoramento da Conservação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Museu de História Natural de Londres e universidades do Reino Unido. Os autores, sob a liderança de Tim Newbold, do Pnuma, e Lawrence Hudson, do Museu de História Natural, compilaram dados de mais de 70 países e 26.600 espécies.
Até 2100, os pesquisadores preveem que a redução no número de espécies poderá chegar a 17%, em média, num cenário de business-as-usual, se as emissões de gases estufa mantiverem os padrões atuais. A perda de 20% da biodiversidade local é apontada pelos autores como um ponto de virada, em que os ecossistemas perdem sua habilidade de prestar serviços naturais como o controle de enchentes ou da disseminação de pragas agrícolas.
Mas o trabalho também trouxe boas notícias, ao indicar evidências de que parte dessas perdas pode ser revertida. Algumas poucas áreas, como certas zonas do Congo e do Oeste da Amazônia, ampliaram sua biodiversidade no período. Mas, segundo os autores, para que outras áreas passem por recuperação semelhante, será necessário um esforço internacional de combate às mudanças climáticas, sobretudo via criação de um mercado de carbono que atribua um valor financeiro às áreas de alta biodiversidade, facilitando sua conservação. Eles apontam essa estratégia como sendo uma solução eficaz tanto para países desenvolvidos quanto para os mais pobres.”Se a sociedade trabalhar conjuntamente e reduzir as mudanças climáticas por meio da valorização das florestas, poderemos reverter os últimos 50 anos de impactos sobre a biodiversidade terrestre até o fim do século “, declarou um dos autores, Andy Purvis, do Museu de História Natural de Londres.