Duas raras notícias positivas no fronte climático nos chegam da London School of Economics. Na semana passada, Michal Nachmany e Sam Frankhauser, do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment, apresentaram The Global Climate Legislation Study, um balanço dos avanços na legislação ligada às mudanças climáticas em 98 países. Dentre eles, 53 já estabeleceram metas nacionais que determinam patamares máximos (absolutos ou relativos) de emissões anuais. Não é pouco: eles são responsáveis por três quartos do conjunto das emissões globais. O estudo foi lançado em Bonn, na Alemanha, durante a mais recente rodada de negociações climáticas das Nações Unidas.
Eis as suas principais conclusões:
- Setenta e cinco países, mais a União Europeia, têm legislações que limitam as emissões;
- Sessenta e quatro países estabeleceram normas que determinam adaptações aos impactos das mudanças climáticas.
- Quarenta e sete países, inclusive os 28 membros da União Europeia, introduziram mecanismos financeiros como impostos sobre as emissões de carbono ou sistemas de cap-and-trade (comércio de licenças de emissões).
- Apenas 37 países fizeram um diagnóstico completo dos riscos que poderão advir em seus territórios quando as temperaturas começarem a subir.
Um segundo relatório altamente animador foi divulgado hoje por outros dois pesquisadores ligados à London School of Economics: Fergus Green e Nicholas Stern, este uma das vozes mais respeitadas do debate climático. O estudo China’s “new normal”: structural change, better growth, and peak emissions (O novo modelo “normal” chinês: mudanças estruturais, um crescimento melhor e o patamar das emissões) analisa tendências em setores chave da economia chinesa. Ele vê um declínio das emissões mais rápido do que o previsto, provavelmente associado a mudanças estruturas profundas na economia e uma série de medidas governamentais.
As emissões da China, líder global nesse tipo de poluição, deverão se estabilizar entre 12,5 e 14 bilhões de toneladas equivalentes de gás carbônicos anuais em 2025, cinco anos antes das metas oficiais de Pequim. Vale lembrar que a China tem enfrentado um problema crônico de poluição atmosférica, o que animou Beijing a fechar várias termelétricas a carvão e a promover investimentos em energias solar e eólica. Stern e Green lembraram também que o governo chinês costuma manter um perfil discreto, prometendo menos do que poderia entregar, o que acaba ocasionando boas surpresas. A principal delas é que o país está abandonando o desejo de crescimento a qualquer preço e tem preferido um modelo de desenvolvimento de qualidade, “A transformação da China tem implicações profundas para a economia global e e aumenta consideravelmente as possibilidades de manutenção das emissões de gases do efeito estufa dentro de limites relativamente seguros”, escrevem os autores.[:en]
Duas raras notícias positivas no fronte climático nos chegam da London School of Economics. Na semana passada, Michal Nachmany e Sam Frankhauser, do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment, apresentaram The Global Climate Legislation Study, um balanço dos avanços na legislação ligada às mudanças climáticas em 98 países. Dentre eles, 53 já estabeleceram metas nacionais que determinam patamares máximos (absolutos ou relativos) de emissões anuais. Não é pouco: eles são responsáveis por três quartos do conjunto das emissões globais. O estudo foi lançado em Bonn, na Alemanha, durante a mais recente rodada de negociações climáticas das Nações Unidas.
Eis as suas principais conclusões:
- Setenta e cinco países, mais a União Europeia, têm legislações que limitam as emissões;
- Sessenta e quatro países estabeleceram normas que determinam adaptações aos impactos das mudanças climáticas.
- Quarenta e sete países, inclusive os 28 membros da União Europeia, introduziram mecanismos financeiros como impostos sobre as emissões de carbono ou sistemas de cap-and-trade (comércio de licenças de emissões).
- Apenas 37 países fizeram um diagnóstico completo dos riscos que poderão advir em seus territórios quando as temperaturas começarem a subir.
Um segundo relatório altamente animador foi divulgado hoje por outros dois pesquisadores ligados à London School of Economics: Fergus Green e Nicholas Stern, este uma das vozes mais respeitadas do debate climático. O estudo China’s “new normal”: structural change, better growth, and peak emissions (O novo modelo “normal” chinês: mudanças estruturais, um crescimento melhor e o patamar das emissões) analisa tendências em setores chave da economia chinesa. Ele vê um declínio das emissões mais rápido do que o previsto, provavelmente associado a mudanças estruturas profundas na economia e uma série de medidas governamentais.
As emissões da China, líder global nesse tipo de poluição, deverão se estabilizar entre 12,5 e 14 bilhões de toneladas equivalentes de gás carbônicos anuais em 2025, cinco anos antes das metas oficiais de Pequim. Vale lembrar que a China tem enfrentado um problema crônico de poluição atmosférica, o que animou Beijing a fechar várias termelétricas a carvão e a promover investimentos em energias solar e eólica. Stern e Green lembraram também que o governo chinês costuma manter um perfil discreto, prometendo menos do que poderia entregar, o que acaba ocasionando boas surpresas. A principal delas é que o país está abandonando o desejo de crescimento a qualquer preço e tem preferido um modelo de desenvolvimento de qualidade, “A transformação da China tem implicações profundas para a economia global e e aumenta consideravelmente as possibilidades de manutenção das emissões de gases do efeito estufa dentro de limites relativamente seguros”, escrevem os autores.