Legislação recém-aprovada pelo governo da Bolívia autoriza a abertura de rodovias e a extração de óleo e gás em áreas protegidas de altíssima biodiversidade. O decreto presidencial 2366, de 20 de maio, removeu barreiras legais, autorizando a exploração econômica de todas as 22 unidades de conservação nacionais bolivianas com o intuito de reduzir a pobreza no país, segundo a justificativa das autoridades. No total, essas unidades ocupam cerca de 17 milhões de hectares, ou 15% do território boliviano. Elas já vinham expostas a outros tipos de ocupação, como o plantio de coca e a mineração de ouro.
Dentre as unidades de conservação que poderão sofrer maior impacto estão algumas das áreas com maior biodiversidade do planeta, entre elas o Territorio Indígena y Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), o Parque Nacional Tariquia de Tarija e o Parque Nacional Madidi. Este último, por exemplo, abriga 11% das espécies de aves do planeta, segundo dados do órgão de gestão dos parques bolivianos, SERNAP, e a ONG americana Wildlife Conservation Society. Muitas dessas áreas são ocupadas por comunidades indígenas.
A estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) já estaria em negociações com a Petrobras, a British Gas e a YPFB Chaco para começar a explorar áreas dentro do Parque Nacional Tariquia de Tarija. Uma série de outros contratos assinados ao longo da última década, mantidos em suspensão até aqui devido aos impedimentos legais, poderão ser retomados.
O presidente Evo Morales tem reprimido os muitos protestos da sociedade civil. Segundo El Diario, de La Paz, ele ameaçou banir as organizações que se opuseram à exploração de petróleo em áreas protegidas. “Este definitivamente não é o tipo de política que esperávamos do presidente Morales que já fez grandes discursos sobre a Mãe Terra e Pachamama [divindade máxima dos Andes peruanos e bolivianos, associada à terra e à fertilidade] e como deveríamos começar a viver em harmonia com ela”, declarou Carmen Capriles, da organização ambientalista de base Reacción Climática, ao diário britânico The Guardian. “O que vimos nestes 9 ou 10 anos de governo foi que nossos recursos naturais e nossas florestas – a riqueza da Bolívia – foram muito mais devastados do que em qualquer outro período”.[:en]
Legislação recém-aprovada pelo governo da Bolívia autoriza a abertura de rodovias e a extração de óleo e gás em áreas protegidas de altíssima biodiversidade. O decreto presidencial 2366, de 20 de maio, removeu barreiras legais, autorizando a exploração econômica de todas as 22 unidades de conservação nacionais bolivianas com o intuito de reduzir a pobreza no país, segundo a justificativa das autoridades. No total, essas unidades ocupam cerca de 17 milhões de hectares, ou 15% do território boliviano. Elas já vinham expostas a outros tipos de ocupação, como o plantio de coca e a mineração de ouro.
Dentre as unidades de conservação que poderão sofrer maior impacto estão algumas das áreas com maior biodiversidade do planeta, entre elas o Territorio Indígena y Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), o Parque Nacional Tariquia de Tarija e o Parque Nacional Madidi. Este último, por exemplo, abriga 11% das espécies de aves do planeta, segundo dados do órgão de gestão dos parques bolivianos, SERNAP, e a ONG americana Wildlife Conservation Society. Muitas dessas áreas são ocupadas por comunidades indígenas.
A estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) já estaria em negociações com a Petrobras, a British Gas e a YPFB Chaco para começar a explorar áreas dentro do Parque Nacional Tariquia de Tarija. Uma série de outros contratos assinados ao longo da última década, mantidos em suspensão até aqui devido aos impedimentos legais, poderão ser retomados.
O presidente Evo Morales tem reprimido os muitos protestos da sociedade civil. Segundo El Diario, de La Paz, ele ameaçou banir as organizações que se opuseram à exploração de petróleo em áreas protegidas. “Este definitivamente não é o tipo de política que esperávamos do presidente Morales que já fez grandes discursos sobre a Mãe Terra e Pachamama [divindade máxima dos Andes peruanos e bolivianos, associada à terra e à fertilidade] e como deveríamos começar a viver em harmonia com ela”, declarou Carmen Capriles, da organização ambientalista de base Reacción Climática, ao diário britânico The Guardian. “O que vimos nestes 9 ou 10 anos de governo foi que nossos recursos naturais e nossas florestas – a riqueza da Bolívia – foram muito mais devastados do que em qualquer outro período”.