Anualmente, os Estados Unidos investem US$ 9,5 bilhões na recuperação de áreas degradadas – rios poluídos, solos contaminados por indústrias, vegetação nativa comprometida. Essas atividades geram 126 mil empregos diretos. Em outras palavras, é um setor que emprega mais que as indústrias americanas do carvão, da madeira ou do aço, mas menos que o petróleo. Elas também criam uma série de atividades econômicas secundárias, como o fornecimento de equipamentos para equipes de remediação, que representam um volume de negócios da ordem de US$ 15 bilhões e outros 95 mil empregos indiretos. Essas conclusões provêm do artigo “Estimating the Size and Impact of the Ecological Restoration Economy”, que acaba de sair na revista científica PLos One. Trata-se de estudo produzido por Todd BenDor, professor adjunto, e outros quatro pesquisadores da University of North Carolina, que compilaram informações de uma série de banco de dados, contabilizando todos os gastos feitos por agências governamentais, empresas e organizações não-governamentais para reduzir do passivo ambiental americano.
Em entrevista ao site Co-Exist, da revista Fast Company, BenDor lembra da importância política desse tipo de cálculo. “O debate público sobre a restauração normalmente é focado no número de empregos eliminados quando a regulamentação ambiental exige essa remediação. Nós queríamos saber qual o impacto econômico que essas restaurações têm. Elas são parte essencial da economia verde, mas a sua medição é realmente complexa, uma vez que é difícil descobrir quem está fazendo esse trabalho”.
Segundo o estudo, a recuperação ambiental cria , em média, 33 empregos por milhão de dólares investidos (esse número oscila de 6,8 a 39,7, dependendo da localização, escala e tipo de projeto). É muitíssimo mais do que a indústria do petróleo e do gás natural, que cria 5,3 empregos por milhão investido, nos Estados Unidos.