Alguns meses atrás, um artigo de Jerome Lewis, antropólogo da University College of London, foi publicado na revista Radical Anthropology sobre suas pesquisas com povos da África Central – pigmeus que sobrevivem da floresta por meio da coleta, da caça e sobretudo da divisão equânime de tudo o que obtêm, dentro de uma gestão política marcada pela busca do consenso.
O provérbio pigmeu “Eu adoro a floresta como adoro meu corpo” contrasta com a profunda cisão que o pensamento moderno, ocidental e capitalista abriu entre homem e ambiente, sujeito e objeto.
Enquanto aqueles povos, inteiramente enredados no meio em que vivem, aprendem a gerir a abundância dos recursos naturais, nossa civilização ocidental construiu um sistema mercadológico com base na raridade e na escassez – e na competição por esses bens.
Esta edição busca a ideia de sustentabilidade onde ela começa: em cada um de nós. Mergulha no indivíduo para perscrutar de que caldo cultural, psicológico, histórico, antropológico e econômico ele se formou ao longo do tempo e, valendo-se disso, entender como molda o que está em seu redor. Hoje, estamos presos a círculo vicioso em que resultamos de uma crise socioambiental que nós mesmos alimentamos.
“Talvez tenhamos de pensar em um mundo de competição solidária”, diz Ernildo Stein, um dos mais importantes filósofos no Brasil. “Nela se articulariam a necessidade de autoafirmação e a vontade própria com o reconhecimento e a afirmação do outro.” Uma ideia-chave para isso estaria na liberdade humana – nas palavras do filósofo, a melhor ferramenta para que os seres vivam de forma cooperativa. Liberdade essa necessária para criar espaços de reflexão capazes de romper o círculo vicioso. Página22 coloca-se como um desses espaços.
Alguns meses atrás, um artigo de Jerome Lewis, antropólogo da University College of London, foi publicado na revista Radical Anthropology sobre suas pesquisas com povos da África Central – pigmeus que sobrevivem da floresta por meio da coleta, da caça e sobretudo da divisão equânime de tudo o que obtêm, dentro de uma gestão política marcada pela busca do consenso.
O provérbio pigmeu “Eu adoro a floresta como adoro meu corpo” contrasta com a profunda cisão que o pensamento moderno, ocidental e capitalista abriu entre homem e ambiente, sujeito e objeto.
Enquanto aqueles povos, inteiramente enredados no meio em que vivem, aprendem a gerir a abundância dos recursos naturais, nossa civilização ocidental construiu um sistema mercadológico com base na raridade e na escassez – e na competição por esses bens.
Esta edição busca a ideia de sustentabilidade onde ela começa: em cada um de nós. Mergulha no indivíduo para perscrutar de que caldo cultural, psicológico, histórico, antropológico e econômico ele se formou ao longo do tempo e, valendo-se disso, entender como molda o que está em seu redor. Hoje, estamos presos a círculo vicioso em que resultamos de uma crise socioambiental que nós mesmos alimentamos.
“Talvez tenhamos de pensar em um mundo de competição solidária”, diz Ernildo Stein, um dos mais importantes filósofos no Brasil. “Nela se articulariam a necessidade de autoafirmação e a vontade própria com o reconhecimento e a afirmação do outro.” Uma ideia-chave para isso estaria na liberdade humana – nas palavras do filósofo, a melhor ferramenta para que os seres vivam de forma cooperativa. Liberdade essa necessária para criar espaços de reflexão capazes de romper o círculo vicioso. Página22 coloca-se como um desses espaços.
PUBLICIDADE