Acompanhe, dia a dia, a evolução das discussões a respeito dos temas-chave da conferência, apresentados na edição 64. Os termômetros indicam o quanto avançam (ou não) os debates nas rodas formais e informais da Rio+20.
Quentes
Financiamento Global
O presidente da França, François Hollande, defendeu a criação de impostos sobre transações financeiras que ajudem a implementar ações de desenvolvimento sustentável. Ele estava decepcionado com o resultado das negociações entre os representantes da nações e prometeu que o governo francês tentará um fundo próprio para garantir as ações.
Governança
Em seu discurso na abertura da Conferência, a presidente Dilma destacou a criação do Fórum Intergovernamental de alto nível para o desenvolvimento sustentável como um dos avanços positivos da declaração aprovada ontem em plenária.
Hollande criticou o Brasil por não ter sido mais ambicioso e insistido na criação de agência ambiental na ONU. Esquentou o debate dando uma “chapuletada” na diplomacia brasileira!
Ferramentas econômicas
Embora já seja difícil imaginar que o Fundo Verde ou qualquer outra medida mais substancial para financiar programas de conservação do meio ambiente venha a sair da Rio+20, no campo da retórica a medida vem ganhando popularidade e apoio. Com a presidente Dilma e o primeiro-ministro chinês defendendo publicamente a medida. Paralelamente o PNUMA lançou um programa global de compras púbicas sustentáveis e um grupo de oito bancos multilaterais anunciou uma parceria para colocar US$ 175 bi em iniciativas de transporte sustentável.
ODS
Apesar da frustração de não ver os ODS serem definidos durante a própria Rio+20, há quem ache positivo o fato do documento oficial ter estabelecido, pelo menos, um Fórum de Alto Nível na ONU para trabalhar esse tema e um prazo (2014) para sua implementação.
Uso da terra
Em dia de Marcha Global da Cúpula dos Povos durante a Rio+20, cerca de 20 mil pessoas foram às ruas do centro do Rio de Janeiro. Entre os grupos manifestantes estavam ONGs como o Greenpeace, o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e grupos políticos como o MST. Cartazes contrários ao novo Código Florestal e exigindo a redução do desmatamento no Brasil eram fáceis de serem vistos em punhos.