A quantidade de mercúrio na superfície dos oceanos mais do que dobrou ao longo do último século. É difícil encontrar peixes, moluscos e crustáceos marinhos que não estejam contaminados com o metal, altamente neurotóxico, teratogênico e bioacumulativo. Estas são algumas das conclusões de uma das maiores revisões de literatura já realizadas sobre o tema, que acaba de ser divulgada por um grupo de 50 cientistas de diversas universidades americanas.
Há farta comprovação de que o mercúrio (ou o metil mercúrio, a forma em que ele é geralmente encontrado nos frutos do mar) pode afetar o desenvolvimento neurológico dos fetos – daí a recomendação de que grávidas evitem peixes, sobretudo os que ocupam o topo da cadeia alimentar, como atum e tubarões. “Mas as pessoas não parecem nem saber de onde ele vem”, avalia em em entrevista Celia Chen, bióloga especializada em cadeia alimentar da Universidade de Dartmouth e uma das autoras do trabalho. “A maioria dos peixes comidos nos Estados Unidos vem do alto-mar. E a maior parte do mercúrio encontrado em alto-mar deriva de emissões atmosféricas, originadas na queima de combustíveis fósseis”. Os países asiáticos, sobretudo a China, estão entre os maiores responsáveis atuais pela contaminação do ar com mercúrio, ultrapassando os Estados Unidos e a Europa, que já ocuparam posição de liderança.
No entanto, “Sources to Seafood: Mercury Pollution in the Marine Environment”, que compila uma série de estudos publicados em revistas científicas ao longo deste ano, não se resume a notícias negativas. Os pesquisadores concluíram que a redução da presença de mercúrio na atmosfera tem um efeito direto sobre o nível de contaminação dos animais marinhos. Um corte de 20% na poluição do ar por este elemento reduz em 16% a presença de mercúrio nos frutos do mar. Mas essa queda pode levar anos e até décadas. Nas águas costeiras, esse processo de recuperação é ainda mais lento e pode demorar séculos.
O estudo é impressionante, acessível e muito completo. Se você acompanha o assunto, vale ler na íntegra.[:en]
A quantidade de mercúrio na superfície dos oceanos mais do que dobrou ao longo do último século. É difícil encontrar peixes, moluscos e crustáceos marinhos que não estejam contaminados com o metal, altamente neurotóxico, teratogênico e bioacumulativo. Estas são algumas das conclusões de uma das maiores revisões de literatura já realizadas sobre o tema, que acaba de ser divulgada por um grupo de 50 cientistas de diversas universidades americanas.
Há farta comprovação de que o mercúrio (ou o metil mercúrio, a forma em que ele é geralmente encontrado nos frutos do mar) pode afetar o desenvolvimento neurológico dos fetos – daí a recomendação de que grávidas evitem peixes, sobretudo os que ocupam o topo da cadeia alimentar, como atum e tubarões. “Mas as pessoas não parecem nem saber de onde ele vem”, avalia em em entrevista Celia Chen, bióloga especializada em cadeia alimentar da Universidade de Dartmouth e uma das autoras do trabalho. “A maioria dos peixes comidos nos Estados Unidos vem do alto-mar. E a maior parte do mercúrio encontrado em alto-mar deriva de emissões atmosféricas, originadas na queima de combustíveis fósseis”. Os países asiáticos, sobretudo a China, estão entre os maiores responsáveis atuais pela contaminação do ar com mercúrio, ultrapassando os Estados Unidos e a Europa, que já ocuparam posição de liderança.
No entanto, “Sources to Seafood: Mercury Pollution in the Marine Environment”, que compila uma série de estudos publicados em revistas científicas ao longo deste ano, não se resume a notícias negativas. Os pesquisadores concluíram que a redução da presença de mercúrio na atmosfera tem um efeito direto sobre o nível de contaminação dos animais marinhos. Um corte de 20% na poluição do ar por este elemento reduz em 16% a presença de mercúrio nos frutos do mar. Mas essa queda pode levar anos e até décadas. Nas águas costeiras, esse processo de recuperação é ainda mais lento e pode demorar séculos.
O estudo é impressionante, acessível e muito completo. Se você acompanha o assunto, vale ler na íntegra.