Vira e mexe a mídia noticia algum drama ambiental da China, do impacto da construção da gigantesca usina de Três Gargantas ao crescimento das emissões de carbono num país onde o carvão reina. Esse país hiperbólico nunca primou pela preocupação ambiental. E uma avalanche de manchetes recentes mostram que a situação está beirando o caos. Eis uma pequena amostra, coletada nas últimas semanas:
- Carcaças de 16.000 porcos apareceram boiando na semana passada no rio Jiapingtang, afluente de um dos mananciais de Shangai. Contaminados com um vírus que inviabializava sua comercialização, eles foram abatidos e simplesmente descartados na água. Cenário de filme de horror.
- O país está construindo 29 reatores nucleares, 40% do total mundial – o programa de expansão de geração atômica mais agressivo em atividade no momento.
- O Greenpeace acaba de divulgar um vídeo que denuncia a quantidade descomunal de resíduos descartada a céu aberto na província de Sichuan pela indústria de fertilizantes (veja o vídeo ao lado, com legenda em inglês).
- A importância do carvão na matriz energética chinesa tornou a poluição atmosférica calamitosa. O website Treehugger publicou um post bem detalhado a respeito, que cita Chen Jiping, ex-dirigente do Comitê de Assuntos Políticos e Legislativos do Partido Comunista, que declarou recentemente que a poluição passou à frente dos conflitos fundiários como principal fonte de insatisfação da sociedade chinesa. O assunto tem ganhado relevância em reuniões de cúpula dado o aumento de frequência dos protestos.
- O governo chinês admitiu a existência de 100 “vilarejos cancerosos“, onde o índice de neoplasias per capita é bem maior do que a média dada à contaminação do solo e da água – embora alguns observadores acreditem que o número real possa ser até quatro vezes maior.
O quadro está tão feio que parece estar acordando as autoridades e as empresas. Yun Gongmin, presidente da estatal China Huadian, uma das maiores empresas do setor elétrico chinês, declarou à Bloomberg que pretende investir até 6 bilhões de yuans ( US$ 965 milhões) este ano em equipamentos que reduzam as emissões de enxofre e nitratos. “O nevoeiro que cobre Beijing o tempo todo é patético”, disse Yun. “Ver as pessoas usando máscaras anti-poluição na capital é vergonhoso. Ninguém quer viver numa cidade poluída por medo de pegar doenças ao cabo de dois ou três anos”.[:en]
Vira e mexe a mídia noticia algum drama ambiental da China, do impacto da construção da gigantesca usina de Três Gargantas ao crescimento das emissões de carbono num país onde o carvão reina. Esse país hiperbólico nunca primou pela preocupação ambiental. E uma avalanche de manchetes recentes mostram que a situação está beirando o caos. Eis uma pequena amostra, coletada nas últimas semanas:
- Carcaças de 16.000 porcos apareceram boiando na semana passada no rio Jiapingtang, afluente de um dos mananciais de Shangai. Contaminados com um vírus que inviabializava sua comercialização, eles foram abatidos e simplesmente descartados na água. Cenário de filme de horror.
- O país está construindo 29 reatores nucleares, 40% do total mundial – o programa de expansão de geração atômica mais agressivo em atividade no momento.
- O Greenpeace acaba de divulgar um vídeo que denuncia a quantidade descomunal de resíduos descartada a céu aberto na província de Sichuan pela indústria de fertilizantes (veja o vídeo ao lado, com legenda em inglês).
- A importância do carvão na matriz energética chinesa tornou a poluição atmosférica calamitosa. O website Treehugger publicou um post bem detalhado a respeito, que cita Chen Jiping, ex-dirigente do Comitê de Assuntos Políticos e Legislativos do Partido Comunista, que declarou recentemente que a poluição passou à frente dos conflitos fundiários como principal fonte de insatisfação da sociedade chinesa. O assunto tem ganhado relevância em reuniões de cúpula dado o aumento de frequência dos protestos.
- O governo chinês admitiu a existência de 100 “vilarejos cancerosos“, onde o índice de neoplasias per capita é bem maior do que a média dada à contaminação do solo e da água – embora alguns observadores acreditem que o número real possa ser até quatro vezes maior.
O quadro está tão feio que parece estar acordando as autoridades e as empresas. Yun Gongmin, presidente da estatal China Huadian, uma das maiores empresas do setor elétrico chinês, declarou à Bloomberg que pretende investir até 6 bilhões de yuans ( US$ 965 milhões) este ano em equipamentos que reduzam as emissões de enxofre e nitratos. “O nevoeiro que cobre Beijing o tempo todo é patético”, disse Yun. “Ver as pessoas usando máscaras anti-poluição na capital é vergonhoso. Ninguém quer viver numa cidade poluída por medo de pegar doenças ao cabo de dois ou três anos”.