Da Etiópia a Papua Nova Guiné. Do Malawi a Honduras. Do Haiti ao Sudeste Asiático. Lugares tão distantes entre si no mapa-mundi, mas que sofrerão intensamente com os efeitos do El Niño na temporada 2015-2016, que promete ser a mais impactante neste século. Mais de 50 milhões de pessoas em todo o planeta poderão ser afetadas com desabastecimento de água e de comida nos próximos meses, causando um verdadeiro desastre humanitário em regiões já bastante debilitadas, como é o caso do chamado “Chifre da África”, entre o Oceano Índico e o Mar Vermelho.
Segundo a agência humanitária Oxfam, os impactos do El Niño – fenômeno decorrente do aquecimento da superfície do Oceano Pacífico, que altera padrões climáticos em todo o planeta – devem ser potencializados com o aumento persistente da temperatura média do planeta nos últimos anos. Um dos temores da organização é que a falta de coordenação internacional para ajuda humanitária possa repetir o cenário desastroso visto na Somália entre 2011 e 2012, quando uma grande seca causou a morte de mais de 250 mil pessoas.
“Ainda temos a oportunidade para mitigar os piores efeitos do El Niño, se formos capazes de responder rapidamente”, reforça a Oxfam em briefing paper lançado nesta semana. “Os custos humanos de uma resposta tardia à insegurança alimentar são inaceitáveis. Da mesma forma que temos sofrimento, perdas e dificuldades de curto prazo, existem também consequências de longo prazo, que afetam o crescimento de crianças, com impactos particularmente negativos para meninas e mulheres”.
Cerca de 2,3 milhões de pessoas na América Central, especialmente agricultores de subsistência e suas famílias, precisarão de ajuda alimentar por causa das perdas persistentes na lavoura causadas pela seca. Na Etiópia, mais de 10 milhões de pessoas poderão ser afetadas com a seca, repetindo o trauma vivido pelo país nos anos 1980, quando a fome matou milhões de pessoas. E no Sudeste Asiático, secas e incêndios florestais deverão se intensificar nos próximos meses.
No Brasil, a intensidade do El Niño sobre o regime de chuvas foi forte já em 2015. Por exemplo, o excesso de chuvas no Sul do país resultou em prejuízos de 10% na produção de arroz na região. No Norte e Centro-Oeste, o nível de precipitação já caiu, afetando a produção de grãos em Estados como Mato Grosso e Goiás, além de intensificar a seca no Nordeste.[:en]Da Etiópia a Papua Nova Guiné. Do Malawi a Honduras. Do Haiti ao Sudeste Asiático. Lugares tão distantes entre si no mapa-mundi, mas que sofrerão intensamente com os efeitos do El Niño na temporada 2015-2016, que promete ser a mais impactante neste século. Mais de 50 milhões de pessoas em todo o planeta poderão ser afetadas com desabastecimento de água e de comida nos próximos meses, causando um verdadeiro desastre humanitário em regiões já bastante debilitadas, como é o caso do chamado “Chifre da África”, entre o Oceano Índico e o Mar Vermelho.
Segundo a agência humanitária Oxfam, os impactos do El Niño – fenômeno decorrente do aquecimento da superfície do Oceano Pacífico, que altera padrões climáticos em todo o planeta – devem ser potencializados com o aumento persistente da temperatura média do planeta nos últimos anos. Um dos temores da organização é que a falta de coordenação internacional para ajuda humanitária possa repetir o cenário desastroso visto na Somália entre 2011 e 2012, quando uma grande seca causou a morte de mais de 250 mil pessoas.
“Ainda temos a oportunidade para mitigar os piores efeitos do El Niño, se formos capazes de responder rapidamente”, reforça a Oxfam em briefing paper lançado nesta semana. “Os custos humanos de uma resposta tardia à insegurança alimentar são inaceitáveis. Da mesma forma que temos sofrimento, perdas e dificuldades de curto prazo, existem também consequências de longo prazo, que afetam o crescimento de crianças, com impactos particularmente negativos para meninas e mulheres”.
Cerca de 2,3 milhões de pessoas na América Central, especialmente agricultores de subsistência e suas famílias, precisarão de ajuda alimentar por causa das perdas persistentes na lavoura causadas pela seca. Na Etiópia, mais de 10 milhões de pessoas poderão ser afetadas com a seca, repetindo o trauma vivido pelo país nos anos 1980, quando a fome matou milhões de pessoas. E no Sudeste Asiático, secas e incêndios florestais deverão se intensificar nos próximos meses.
No Brasil, a intensidade do El Niño sobre o regime de chuvas foi forte já em 2015. Por exemplo, o excesso de chuvas no Sul do país resultou em prejuízos de 10% na produção de arroz na região. No Norte e Centro-Oeste, o nível de precipitação já caiu, afetando a produção de grãos em Estados como Mato Grosso e Goiás, além de intensificar a seca no Nordeste.
Bruno Toledo