O governo do primeiro-ministro Narendra Modi pretende investir US$ 1,2 bilhão no desenvolvimento de 100 “cidades inteligentes” com a intenção de revolucionar a paisagem urbana da Índia. Há estimativas de que a população das cidades indianas chegurá a 590 milhões em 2026. Em resposta a esse imenso desafio, a Índia pretende utilizar a tecnologia para obter informação em tempo real e, com isso, modernizar a gestão municipal e administrar recursos com maior eficiência. A maior parte do investimento virá de capital privado e internacionais.
Dentre a longa lista de objetivos a serem cumpridos está o aumento da capacidade solar instalada no país em 30 vezes, chegando a 100 gigawatts em 2022. Cerca de 300 milhões de indianos não têm acesso à eletricidade e a utilização do carvão – bem como a poluição atmosférica decorrente – continua a crescer. O governo também pretende promover o uso de sensores informatizados para monitorar o tráfego e o consumo de eletricidade e água. Serão criados, ainda, canais para ampliar o poder do cidadão, que poderá comunicar problemas como o acúmulo de lixo ou episódios de violência aos órgãos competentes, via mensagens de texto e redes sociais, É um recurso particularmente útil para as mulheres, altamente sujeitas a agressões nos espaços públicos da Índia.
A iniciativa conta com apoios importantes no exterior. A Espanha comprometeu-se em ajudar a transformar a capital, Delhi, numa cidade inteligente. O presidente americano, Barack Obama, também declarou disposição em participar. O Banco de Desenvolvimento da Ásia divulgou esta semana que se compromete a apoiar a iniciativa, vista como promotora dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a luta contra as mudanças climáticas. “O uso de tecnologia e sistemas inteligentes vai melhorar os serviços urbanos oferecidos aos pobres, inclusive saneamento e o trasporte a um preço acessível”, disse Takehiko Nakao, presidente da organização. E Michael Bloomberg,ex-prefeito de Nova York, visitou Nova Delhi esta semana e prometeu usar o peso de sua fortuna para ajudar a viabilizar as cidades inteligentes indianas.
Entretanto, muitos urbanistas têm manifestado ceticismo quanto a capacidade governamental de converter cidades notórias por seus problemas de infraestrutura em modelos de gestão urbana. Dadas as carências da infraestrutura e da governança do país, eles argumentam que o otimismo é excessivo, que tecnologia não é panaceia e que há uma grande diferença entre detectar problemas e solucioná-los.
Um dos projetos de smart city mais criticados é o de Dholera, no estado de Gujarat, um dos 24 centros urbanos inteligentes que estão sendo planejados do zero para ocupar regiões consideradas estratégicas. A previsão é de que ela ocupe área duas vezes maior que a de Mumbai (veja ao lado o vídeo promocional do projeto). Segundo seus opositores, Dholera ocupará uma área sujeita a inundações e exigirá a desapropriação de terras de pequenos produtores rurais.[:en]
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi pretende investir US$ 1,2 bilhão no desenvolvimento de 100 “cidades inteligentes” com a intenção de revolucionar a paisagem urbana da Índia. Há estimativas de que a população das cidades indianas chegurá a 590 milhões em 2026. Em resposta a esse imenso desafio, a Índia pretende utilizar a tecnologia para obter informação em tempo real e, com isso, modernizar a gestão municipal e administrar recursos com maior eficiência. A maior parte do investimento virá de capital privado e internacionais.
Dentre a longa lista de objetivos a serem cumpridos está o aumento da capacidade solar instalada no país em 30 vezes, chegando a 100 gigawatts em 2022. Cerca de 300 milhões de indianos não têm acesso à eletricidade e a utilização do carvão – bem como a poluição atmosférica decorrente – continua a crescer. O governo também pretende promover o uso de sensores informatizados para monitorar o tráfego e o consumo de eletricidade e água. Serão criados, ainda, canais para ampliar o poder do cidadão, que poderá comunicar problemas como o acúmulo de lixo ou episódios de violência aos órgãos competentes, via mensagens de texto e redes sociais, É um recurso particularmente útil para as mulheres, altamente sujeitas a agressões nos espaços públicos da Índia.
A iniciativa conta com apoios importantes no exterior. A Espanha comprometeu-se em ajudar a transformar a capital, Delhi, numa cidade inteligente. O presidente americano, Barack Obama, também declarou disposição em participar. O Banco de Desenvolvimento da Ásia divulgou esta semana que se compromete a apoiar a iniciativa, vista como promotora dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a luta contra as mudanças climáticas. “O uso de tecnologia e sistemas inteligentes vai melhorar os serviços urbanos oferecidos aos pobres, inclusive saneamento e o trasporte a um preço acessível”, disse Takehiko Nakao, presidente da organização. E Michael Bloomberg,ex-prefeito de Nova York, visitou Nova Delhi esta semana e prometeu usar o peso de sua fortuna para ajudar a viabilizar as cidades inteligentes indianas.
Entretanto, muitos urbanistas têm manifestado ceticismo quanto a capacidade governamental de converter cidades notórias por seus problemas de infraestrutura em modelos de gestão urbana. Dadas as carências da infraestrutura e da governança do país, eles argumentam que o otimismo é excessivo, que tecnologia não é panaceia e que há uma grande diferença entre detectar problemas e solucioná-los.
Um dos projetos de smart city mais criticados é o de Dholera, no estado de Gujarat, um dos 24 centros urbanos inteligentes que estão sendo planejados do zero para ocupar regiões consideradas estratégicas. A previsão é de que ela ocupe área duas vezes maior que a de Mumbai (veja ao lado o vídeo promocional do projeto). Segundo seus opositores, Dholera ocupará uma área sujeita a inundações e exigirá a desapropriação de terras de pequenos produtores rurais.