Apenas 3 em cada 10 católicos avaliam como positiva a atuação do Presidente na área ambiental, mostra a pesquisa Católicos e Amazônia. Quase um terço avalia o desempenho como péssimo e 12% como ruim
Sete em cada dez católicos consideram muito importante preservar a Amazônia porque consideram que o crescimento do País e o desenvolvimento nacional dependem do meio ambiente protegido. Para 85% deles, atacar a Amazônia é também uma questão moral: um pecado.
Essas são algumas das conclusões da pesquisa Católicos e Amazônia, conduzida pelo instituto Ideia Big Data e pela agência Purpose. Às vésperas do Sínodo da Amazônia e pouco depois de um contundente discurso do presidente Bolsonaro na ONU, o levantamento mostra baixíssimo apoio às políticas ambientais do governo federal por parte desse público, que corresponde a 64% dos brasileiros, segundo o último censo do IBGE.
Mais da metade dos católicos (52%) considera o desmatamento florestal como a maior ameaça à natureza atualmente. A diferença para o segundo item mais citado é gritante: apenas 19% elegeram a poluição das águas, rios e mares como a maior ameaça da atualidade.
Para 85% dos católicos, a Amazônia é fundamental para reduzir os efeitos do aquecimento global, o que demonstra que a maioria deles relaciona a preservação da floresta com o combate aos efeitos das mudanças climáticas. Ainda segundo a pesquisa, 83% reconhecem que o aquecimento global é uma realidade já comprovada por cientistas.
A pesquisa revela que não há o mesmo apoio à atuação do Presidente Jair Bolsonaro na área ambiental: quase um terço (29%) avalia sua atuação nessa área como péssimo e 12% como ruim, totalizando 41% da população católica. Ainda, 30% dos entrevistados avaliam como sendo regular, e 22% como ótima ou boa. Isto é, apenas dois em cada 10 católicos avaliam a atuação do Presidente como positiva na área ambiental.
Três em cada quatro católicos são contra acabar com as multas ambientais de quem causa desmatamento ilegal e 73% discordam do enfraquecimento da capacidade de fiscalização do Ibama com relação ao desmatamento florestal. Sete em cada 10 católicos são contra a redução de reservas indígenas ou de comunidades quilombolas e percentual semelhante (68%) discorda da extinção de reservas legais de proteção ambiental. 70% são contra o fim do Fundo Amazônia e 63% não concordam com a negação dos dados históricos e atuais do INPE sobre desmatamento florestal. Metade dos católicos discordam da afirmação de que somos o país que mais preserva o meio-ambiente no mundo.
Com relação à confiança em pessoas e instituições quando falam sobre a Amazônia, 9 em cada 10 católicos (87%) dizem confiar no Papa Francisco e 86% confiam na Igreja Católica enquanto instituição. Outros 79% dizem confiar na família e nos amigos, 71% na ONU, 67% nas ONGs e 60% na imprensa. A instituição com menor confiança dos católicos quando o assunto é Amazônia é o governo brasileiro, com 49% de confiança, sendo que 44% dos entrevistados dizem não confiar no governo quando fala, comenta ou divulga dados em relação à Floresta Amazônica.
Sobre a pesquisa
A pesquisa Católicos e Amazônia ouviu 1.502 católicos em todo o Brasil, de 01 a 13 de junho de 2019. A pesquisa tem intervalo de confiança estimado de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 3,0 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. A coleta dos dados foi via entrevistas telefônicas com utilização de questionário elaborado de acordo com os objetivos da pesquisa. O universo da pesquisa realizada é composta por homens e mulheres católicas, maiores de 16 anos, residentes no Brasil. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Ideia Big Data e pela agência Purpose e encomendada pelo Global Catholic Climate Movement (GCCM) e pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS).