POR AMÁLIA SAFATLE E FÁBIO RODRIGUES
FOTO PEDRO ABREU
Antecipar-se a futuras restrições, associar a imagem à defesa da sociedade, reduzir os riscos de ser acusado por impactos ambientais, fazer um uso estratégico da sustentabilidade. João Carlos Galassi, que preside a Associação Paulista de Supermercados, a Apas, enumera os motivos pelos quais a entidade decidiu encabeçar um acordo com o governo do estado para banir as sacolinhas plásticas descartáveis – ainda que sujeita à impopularidade perante os consumidores.
Galassi admite que, da porta para dentro dos supermercados, o uso das sacolinhas não trazia problema algum: repassava-se o custo ao consumidor, que nem percebia, e pronto. O problema era da porta para fora: as marcas das empresas era vistas entupindo bueiros, boiando nos rios e matando animais. Nesta entrevista, ele conta como esses argumentos foram usados no processo de convencimento dos associados.
Mas a história não acaba aí. Como diz o próprio executivo, os supermercados, que atendem 25 milhões de pessoas diariamente, devem ser usados como alavanca de transformação social. Assim, passam a ser alvo de expectativa em outras ações que vão além das sacolinhas.
O que de fato levou a Apas a firmar o acordo com o governo do estado para restringir o uso das sacolinhas plásticas?
A Apas está envolvida em questões tanto ambientais quanto de saúde pública há um bom tempo. No caso da campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”, a Apas entendeu que a campanha da Prefeitura de São Paulo “Eu não sou de plástico”, que propunha substituir as sacolas descartáveis por reutilizáveis, poderia ser um grande avanço para a sociedade. Fizemos uma feira tratando de sustentabilidade, depois nos engajamos na campanha “Saco é um Saco”, do governo federal, e, em seguida, lançamos o primeiro projeto-piloto em Jundiaí (SP), para que as pessoas substituíssem as sacolas descartáveis por reutilizáveis. Aquele projeto deu certo: segundo o Ibope, teve 77% de aprovação. Então, trouxemos isso para o secretário do Meio Ambiente, que levou a questão ao governador, e firmamos um acordo para fazer a substituição das sacolas descartáveis por reutilizáveis.
O senhor mencionou o ganho para a sociedade. Mas e o ganho para a Apas?
A Apas vai se envolver em questões ambientais que são a pauta do século. Para o setor, isso é muito importante.
É estratégico?
É estratégico não só do ponto de vista da Apas, mas das empresas. Temos de trabalhar para que o setor reduza o impacto dos seus negócios no meio ambiente. Por isso lançamos, por exemplo, o Guia da Loja Verde, que traz um arcabouço de soluções desde a construção das lojas até o treinamento do pessoal. Ou seja, a bandeira da sustentabilidade é estratégica no mundo. Deixou de ser conceitual, deixou a fase dos debates e passou a ações práticas.
Foi uma maneira de se antecipar a uma futura lei?
Com certeza isso provoca um avanço, porque a Política Nacional de Resíduos Sólidos trata exatamente de que os fabricantes e os consumidores terão de se responsabilizar pelo lixo que produzem. (mais na reportagem “Peso Pesado” Evidente que, na hora em que não produzimos esse lixo, que é o caso do descarte inadequado das sacolas, a gente acaba gente se antecipando a uma situação que teria de resolver em 2013 ou 2014, pois as regulamentações já estão aí. Outro ponto importante é que quem trouxe as questões de sustentabilidade foram os consumidores conscientes.
Teve uma pressão da sociedade?
Isso no mundo, né? Estamos 20 anos atrás dos primeiros países que começaram essa mudança. Em abril, será votada uma determinação para que todos os países da zona do euro eliminem de vez as sacolas descartáveis, como já acontece na maioria dos países do bloco, como Alemanha, França, Itália.
A pressão contra o uso indiscriminado das sacolinhas já vem de um tempo, então por que a Apas não tomou essa medida antes?
Tudo tem seu tempo de maturidade. Geralmente, nos países onde foi implantada, a medida partiu de uma determinação do governo federal ou do governo estadual, que baixou uma norma. O que nós propusemos foi um acordo, e a partir de um projeto piloto maduro de mais de um ano de observação. Antes mesmo desse projeto-piloto, já havia experiências em pequenas cidades, como Xanxerê (SC) e Descalvado (SP).
Vale ressaltar que, para chegarmos ao termo sustentabilidade e seus pilares, demoramos 30 anos de discussão na ONU com todos os países do mundo. Em cinco anos, a Apas desenvolveu um projeto como esse de substituição de todas as sacolas do estado de São Paulo por reutilizáveis. Acho que é um grande avanço em um tempo muito curto.
Como foi o trabalho para adesão dos supermercados associados à Apas? Que prós e contras foram levantados? Como se deu a decisão final?
Houve uma resistência grande por parte do setor, principalmente porque as empresas entendiam que as sacolinhas eram um produto de marketing. Os donos dos supermercados adoravam ver a marca da sua empresa nas portas das casas.
Ainda que embalando o lixo?
Ainda que embalando o lixo. Esse ponto é interessante, porque foi por aí que a gente começou, dizendo a eles: “Essa sua marca está indo para o lixão, para os bueiros, está matando animais e há denúncias disso feitas pelo Greenpeace, SOS Mata Atlântica, Akatu. É isso que nós queremos? É essa a imagem que o setor e suas empresas querem construir?” Então, em cima disso fomos convencendo todos.
Demorou?
Demorou. O projeto de Jundiaí, por exemplo, lançado em 2010, veio sendo discutido desde 2009.
E as outras partes interessadas, como a indústria do plástico e os fabricantes de sacolas? Houve alguma tentativa de interlocução com eles? Como isso se deu?
Fizemos um projeto com esse segmento em 2008, na própria feira que falava de sustentabilidade. A ideia era substituir por uma sacola maior com maior resistência. Mas o projeto deu n’água, e os resultados eram muito pequenos perto do que a gente vinha observando em Xanxerê, Descalvado ou outras cidades do mundo. Tivemos que dizer: “Olha, o caminho não é esse. Não adianta incentivarmos a cultura do descarte, temos de incentivar a cultura da reutilização e, antes disso, a redução”. Depois desse período de entendimento, observamos hoje muitas empresas do setor de plásticos já produzindo as reutilizáveis.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos levou 20 anos para ser aprovada. Talvez seja isso também o que desestimulou essas empresas a acreditarem que algum dia pudesse acontecer. Quem acredita que vai ter reforma tributária depois de tantos anos falando nela? Mas uma hora vai, e as empresas que não estão fazendo seu planejamento tributário desde hoje vão sofrer quando a reforma vier. Foi isso o que acho que aconteceu durante esse processo.
Quantas sacolas são anualmente consumidas aqui em São Paulo?
São 7 bilhões de sacolas por ano só no estado de São Paulo, levando-se em conta 3,6 sacolas por compra, que é um índice muito baixo. Eu acho que é mais. Imagina 7 bilhões se acumulando todos os anos, por 400 anos. Isso vai se acumulando nos lixões, vai entupindo bueiros, vai aumentando os riscos de enchentes. O Greenpeace denuncia 100 mil mortes de animais por ano causadas pelo plástico.
Os fabricantes de sacolinhas argumentam que o consumidor vai precisar comprar a mesma quantidade de plástico para embalar o lixo.
Isso é fácil de desmentir. Primeiro, o saco de lixo é na maioria reciclado, não é feito de matéria virgem. Já a sacolinha, além de você consumir recursos naturais virgens, despeja isso no meio ambiente no outro dia.
Segundo, é que passa a haver um uso racional. No momento em que tenho a percepção de que desembolsei dinheiro por esse saco de lixo, eu vou valorizar o uso. O consumidor da sacolinha também desembolsou, mas não percebe porque o custo estava embutido no preço das compras. É como imposto, parece que ninguém paga.
Nas cidades onde já implantamos o projeto, a categoria saco de lixo cresceu 15% em um ano. Por que ela não cresceu na proporção dos sacolinhas descartáveis? Por causa do uso racional. Eu começo a usar materiais disponíveis, como jornal, que ia para o lixo e agora passa a forrar alguns cestinhos. Assim como embalagens de produ- tos como arroz, ração e até caixinha de leite. Os próprios sacos de hortifrúti passaram a ser reutilizados.
Cinco quilos de saco de lixo saem por R$ 25. Isso é quase 50 sacos de 100 litros. Um saco de lixo de 100 litros você usa uma vez por semana ou mais. Segundo pesquisa do Ibope feita nas cidades onde já implantamos o projeto, 82% das pessoas responderam que conseguiram reduzir o uso de sacos plásticos em suas casas.
Aqui na cidade de São Paulo houve inicialmente um estranhamento. Quanto tempo leva entre esse primeiro choque e a tomada de consciência?
Na primeira semana, o Datafolha já mostrava 57% de aprovação… nem nós acreditávamos em um resultado desse, porque, em Jundiaí, a primeira semana não tinha dado nem 30% de aprovação.
Depois de um ano, chegou a 77%. E 52% acham que a cidade de Jundiaí está mais limpa.
O outro lado é que 40% das pessoas desaprovaram (3% se omitiram). Qual o balanço da imagem institucional perante a opinião pública: de ganho ou de perda?
Temos de entender qual é o nosso propósito. Nós trouxemos uma série de novos debates. A partir das sacolinhas, começou-se a falar em aterros, coleta seletiva…
Puxou outros fios?
Sim. A gente conseguiu alinhar nossos ideais aos do consumidor consciente.
Uma das coisas que tenho escutado dos consumidores mais irritados é a questão dos custos: “Os supermercados estão economizando com as sacolas, e agora eu tenho de comprar o produto deles”. Quanto os supermercados estão economizando com as sacolas e quanto isso significa? E qual era o peso que isso tinha para o consumidor?
Apenas algo entre 0,1% e 0,2% dos custos, em média. Então, colocar uma entidade como a Apas para fazer um projeto dessa magnitude, a fim de reduzir um custo de 0,1% ou 0,2%, não faz sentido. A gente conseguiria essa redução por outros caminhos. O que estamos preocupados é que esse dinheiro deveria voltar na forma de ações sustentáveis, e não só na forma de desconto ou serviço.
Por mais ínfimo que seja o custo, o ponto é que o consumidor se sentiu lesado e questionou: “Por que o supermercado não divide essa conta comigo, uma vez que o valor é tão baixo?” Já existe alguma definição de como esse dinheiro vai voltar para o consumidor de forma que ele consiga perceber isso?
Uma loja que vende R$ 500 mil por mês terá entre R$ 500 a R$ 800 mensais de economia com a sacolinha. Quando eu divido R$ 500 por 12 mil itens, chego a algo na terceira ou quarta casa de centavo (o resultado é 0,0417). Então, é muito difícil você mostrar isso para as pessoas. Você tem que olhar para o todo. Por que países nos cinco continentes proíbem as sacolas? Tenho certeza que não foram perguntar para o comércio o que eles fariam com a economia deles. Por que aqui se questiona tanto?
Por quê?
Porque é um acordo voluntário e foi a gente quem puxou essa bandeira. Do ponto de vista do negócio, da porta para dentro, a gente estava em uma posição muito fácil. Colocava as sacolinhas, repassava o custo e o consumidor pagava. Qual era o meu problema? Nenhum! Por que a gente resolveu comprar uma briga dessas? O nosso problema era da porta da loja pra fora. A Apas vem traba- lhando em algumas questões, por exemplo: fizemos a campanha “Pense rosa”, para que as mulheres se interessem em fazer o exame de câncer de mama.
Podemos ser uma alavanca de transformação social, porque 85% de todas as compras feitas no Brasil passam pelos supermercados. Atendemos 25 milhões de pessoas por dia. Temos como realizar uma série de ações que possam resultar em melhorias de forma geral.
Nessa linha, como os supermercados podem atuar no sentido de reduzir a enorme quantidade de lixo que o consumidor acaba tendo que levar junto quando compra determinado produto? O saco plástico é parcela muito pequena, considerando-se todas as embalagens envolvidas nos produtos. (mais em reportagem “What’s next?”)
Em alguns supermercados, quando passa pelo caixa uma pasta de dentes, você fica com o tubo e deixa a caixinha para a reciclagem.
Mas isso não reduz o lixo, apenas acelera a reciclagem.
Ah, sim. Esse é um processo que está acontecendo na indústria. Por exemplo, em vez de você comprar um amaciante de 2 litros que tem basicamente água, já oferecemos nas lojas só o concentrado, porque a água você já tem dentro da sua lavadora. Há uma série de casos em que você reduz a embalagem, mas não reduz o conteúdo. E agora temos que discutir essas ações com a indústria.
Uma iniciativa como essa parte muito do fabricante, mas como o varejo pode estimular a mudança?
Essa bandeira que trouxemos está puxando um monte de fios, como você disse, o que a indústria está observando com muita clareza. A indústria também vai perceber isso e fazer essa mudança.
O pessoal da indústria do plástico diz que essa é uma ação populista e não está fundamentada em boa ciência, que vocês estariam demonizando o produto deles. A Apas fez ou se baseou em algum estudo que atestasse que as sacolas retornáveis são mais sustentáveis que a opção convencional?
Não há nenhum objetivo de falar mal do plástico, a questão é o uso dele. É um produto que sofre um descarte inadequado e tem um volume de consumo desnecessário e desenfreado. Se a gente quisesse fazer um estudo sobre o impacto desse produto sobre o planeta era só olhar para qualquer país que já fez essa mudança para ver quais foram os motivos de cada um deles.
O nosso programa de treinamento para os colaboradores fundamentou-se, em 80%, em reportagens produzidas pela imprensa nacional a respeito dos impactos ambientais das sacolinhas. Uma delas sobre o Lixão do Pacífico (um ponto do oceano onde se con- centra enorme quantidade de lixo plástico). Tem uma entrevista do Milton Young, na CBN, que contrapôs o presidente da Plastivida ao diretor do Greenpeace, Sérgio Leitão, que é muito interessante. Agora, quando se fala que a cultura do descarte polui menos do que a da reutilização, aí pra mim não tem mais lógica.
Parte das sacolas retornáveis que estão sendo vendidas pela Apas vem de países asiáticos que não têm um histórico dos mais virtuosos em relação à questões ambientais ou sociais. Qual foi o critério dessas opções?
A indústria brasileira não estava preparada para a mudança. Não tinha sacola reutilizável no País (em quantidade suficiente). Agora é que estão começando a surgir fornecedores nacionais. Projetos como o de Jundiaí e Americana (SP) foram 100% feitos com fornecedores nacionais. As sacolas que o Pão de Açúcar – meu concorrente – trouxe de Taiwan foram investigadas pela Folha de S.Paulo. O que eles descobriram foi que essa família trabalha dentro da lei. Mas a gente quer que sejam feitas aqui dentro, queremos comprar de for- necedores brasileiros e estamos investindo em fabricantes brasileiros.
Um dos produtos que o Brasil ainda não tem capacidade para fabricação adequada são sacolas feitas de PET reciclado. Trazendo da China, custa R$ 2,50, enquanto aqui custa R$ 7. A China está nesse patamar porque baniu as sacolas descartáveis – e foi um bani- mento mesmo – em 2007.(Os dados sobre a China são controversos, como mostra Coluna “Dura de Matar”)
O TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), que foi uma maneira de atender às pressões dos órgãos de defesa do consumidor para que os supermercados prorrogassem a oferta de sacolinhas descartáveis, não foi uma medida que acabou confundindo a população e gerando um certo descrédito para a medida?
Na verdade, o problema foi como o TAC foi comunicado, não o TAC em si. Eu vejo aqueles promotores como heróis, porque nunca alguém foi ao Ministério Público, sentou numa mesa, passou nove horas discutindo e assinou um TAC na mesma noite. O TAC só vem reforçar a posição da Apas, porque ele deixa muito claro que o MP entende que as sacolas descartáveis prejudicam o meio ambiente, mas que foi a gente mesmo que induziu esse comportamento. Eu sempre disse para os meus colegas aqui na Apas que, lá na frente, se fôssemos acusados de alguma coisa, teríamos de assumir a nossa responsabilidade, porque é fato que foi a gente que introduziu isso (o hábito da sacolinha plástica). Não adianta acusar o consumidor que está descartando as sacolas incorretamente.
Aí o TAC disse que era preciso melhorar questões que não estavam no acordo. Achamos fantásticas as propostas tanto do MP como do Procon. Eles trouxeram a ideia de todo mundo ter uma sacola reutilizável econômica, mais acessível. Eles também propuseram o dia da sacola reutilizável gratuita, que era um desejo latente nosso. No dia 15 de março, todos os consumidores que comprarem cinco itens ou mais receberão uma sacola reutilizável. E, o mais importante, tem que ter um tempo de desagregação: 3 de abril será o último dia de sacola descartável, seja de graça, seja vendida. E isso não vale mais só para associados da Apas. O TAC vale para todos os supermercados do estado de São Paulo. Com isso, a medida ganhou praticamente força de lei. O nosso objetivo não era esse, nosso objetivo era usar a via da conscientização. Mas, como isso trata somente do setor de supermercados, acho que foi uma grande contribuição.
O importante é que ninguém até hoje questionou o mérito do que estamos fazendo, em nenhuma mesa de negociação. Ninguém veio nos dizer que essa proposta de trocar o descartável pelo reutilizável não era válida. O que está em discussão é a forma, quais as datas, o que vamos fazer com o dinheiro que vamos economizar, qual o preço das sacolas reutilizáveis. Inclusive, o promotor lembrou uma coisa interessante: que a sacola reutilizável não precisa nem ser comprada. Qualquer pessoa pode fazer uma sacola em sua casa, ou com uma costureira. Você compra um tecido, faz a sacola e acabou.
Esse não é um movimento do governo do estado, dos supermercados, do Procon: esse é um movimento mundial do consumidor consciente, é um movimento da sociedade que veio crescendo. Evidentemente, as organizações ambientalistas ajudaram muito a disseminar essa ideia – a SOS Mata Atlântica, o Greenpeace, o Akatu.
Mas a parcela do consumidor consciente é muito pequena. Segundo as pesquisas do próprio Akatu, correspondem a 5% da população.
Eu discordo, acho que o consumidor quer fazer, mas não tem o caminho, não sabe como. O meu filho fez aniversário de 5 anos há duas semanas. Ele gosta muito de assistir a programas de TV sobre meio ambiente, ir a parques etc. Ele cortou o bolo e a gente falou para ele fazer um pedido. Depois fui perguntar qual era o pedido e ele me contou que tinha sido o de não encontrar mais lixo na natureza. Ele tem 5 anos… Agora, como é que não se encontra mais lixo na natureza? Fiquei feliz de saber que, daqui a alguns anos, vou poder dizer para ele que dei uma ajuda, mesmo que muito pequena, para que isso acontecesse.