O escândalo do doping no ciclismo e as mentiras deslavadas mantidas por Lance Armstrong durante anos fazem muita gente triste. Para levantar o astral, nada como andar de bike.
Dentre várias formas de transporte para chegar ao trabalho, a que mais faz as pessoas felizes é a bicicleta. É o que mostra uma pesquisa recente realizada em Portland, Oregon. O autor tentou medir o “bem estar” de quem se desloca diariamente de casa para o trabalho a partir de alguns parâmetros: stress, segurança quanto a hora de chegada, entusiasmo ou tédio, comparação com outros que usam diferentes modos de transporte, prazer e facilidade de se locomover.
A análise estatística das respostas dos 828 entrevistados mostrou que os modos “ativos” de transporte – caminhar, usar a bicicleta – aumentam o bem-estar das pessoas, mesmo levando em consideração fatores como distância e renda. Os mais felizes entre os entrevistados foram os que optam pela bike, seguidos dos que caminham e dos que usam alguns tipos de transporte público. Em último lugar ficaram os que preferem o carro e em geral dirigem sozinhos.
Portland não é exatamente uma cidade convencional, como já disse a Regina, e como outras cidades da costa oeste americana provavelmente oferece mais infraestrutura e incentivos para que as pessoas optem pela magrela. Ainda assim, não é difícil acreditar que a facilidade de viajar sobre uma bicicleta, especialmente se há faixas dedicadas, é de deixar qualquer cidadão feliz.
Em uma cidade com o trânsito caótico como o de São Paulo é preciso levar em conta as chances de sair machucado de uma viagem de bike ao trabalho. Mas, como mostrou o National Institute for Health and Clinical Excellence (Nice) do Reino Unido, o sedentarismo também tem seus riscos. O perigo de passar horas a fio em frente ao computador ou no carro é muito menos visível do que armar-se de capacete e subir na magrela, mas segundo o Nice o sedentarismo é tão nocivo à saúde quanto o hábito de fumar.
O Nice recomenda que andar a pé o de bicicleta se torne regra para viagens curtas e vem pressionando governos locais, empresas e departamentos de saúde a fazer todo o possível para motivar as pessoas a usar meios de transporte ativos.
Toda a pressão é pouca: cerca de 80 milhões de carros devem sair das fábricas globalmente este ano.