Metrópoles podem ser tão agradáveis e humanas quanto pequenas cidades do interior, onde as pessoas se encontram no coreto, compram um sorvete e circulam na praça, em busca de amor ou amizade. Com a criação de ciclovias e calçadões e a ampliação das áreas de convívio comunitário, Nova York e Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, estão redesenhando sua paisagem e criando um modelo inspirador.
A grande estrela desse movimento é Janette Sadik-Khan, que acaba de deixar a Secretaria de Transportes de Nova York, após seis anos em que revirou a cidade de pernas para o ar. Numa conferência TED, há poucos meses (que você pode ver aqui, com legenda em português), Sadik-Khan diz que é possível transformar a forma como usamos o espaço urbano com gastos mínimos e impacto positivo sobre a economia local. Tome-se como exemplo o que sua equipe fez com a Times Square, um dos principais pontos turísticos da cidade, com circulação diária de 350 mil pessoas. Na sua gestão, o trânsito foi desviado para ruas paralelas e a praça virou um calçadão de 50 mil metros quadrados, com jardineiras e mesas para relaxar. Veja no vídeo ao lado como essa decisão foi dramática para a qualidade de vida da cidade, uma experiência que ela detalhou em visita a São Paulo há alguns meses.
Nas últimas semanas, Hamburgo anunciou que adotará conceito similar, mas irá mais longe para que os automóveis se tornem bens quase supérfluos em 20 anos. A cidade vai proibir a circulação de automóveis no centro e transferir espaços nas vias públicas para pedestres, bicicletas e transportes coletivos, conectando as muitas áreas verdes já implantadas (parques, parquinhos, cemitérios e hortas comunitárias). A Grünes Netz (Rede Verde) deverá cobrir 40% da área urbana. Angelika Fritsch, porta-voz da prefeitura, explicou:
Planejamos uma rede que não se limite a ajudar os residentes a irem daqui para lá de uma forma sustentável. Ela também dará às pessoas a oportunidade de caminharem, nadarem, praticarem esportes aquáticos, desfrutarem de piqueniques e restaurantes, terem momentos de tranquilidade e observarem a natureza em plena cidade.
Na Europa, outro bom exemplo de metrópole empenhada em humanizar os espaços públicos é Copenhague, a capital da Dinamarca, que está implantando 26 ciclovias-avenidas conectando o centro à periferia, com o objetivo de zerar o balanço de carbono do município até 2050. A Wikipedia reúne uma lista parcial de cidades que têm grandes áreas sem circulação de automóveis, algumas delas no Brasil (Curitiba, Ilha do Mel, Ilha Grande e Paquetá). Aliás, urbanistas brasileiros vêm defendendo a expansão desse modelo – se os prefeitos lhes dão ouvido, aí é outra história.
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Metrópoles podem ser tão agradáveis e humanas quanto pequenas cidades do interior, onde as pessoas se encontram no coreto, compram um sorvete e circulam na praça, em busca de amor ou amizade. Com a criação de ciclovias e calçadões e a ampliação das áreas de convívio comunitário, Nova York e Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, estão redesenhando sua paisagem e criando um modelo inspirador.
A grande estrela desse movimento é Janette Sadik-Khan, que acaba de deixar a Secretaria de Transportes de Nova York, após seis anos em que revirou a cidade de pernas para o ar. Numa conferência TED, há poucos meses (que você pode ver aqui, com legenda em português), Sadik-Khan diz que é possível transformar a forma como usamos o espaço urbano com gastos mínimos e impacto positivo sobre a economia local. Tome-se como exemplo o que sua equipe fez com a Times Square, um dos principais pontos turísticos da cidade, com circulação diária de 350 mil pessoas. Na sua gestão, o trânsito foi desviado para ruas paralelas e a praça virou um calçadão de 50 mil metros quadrados, com jardineiras e mesas para relaxar. Veja no vídeo ao lado como essa decisão foi dramática para a qualidade de vida da cidade, uma experiência que ela detalhou em visita a São Paulo há alguns meses.
Nas últimas semanas, Hamburgo anunciou que adotará conceito similar, mas irá mais longe para que os automóveis se tornem bens quase supérfluos em 20 anos. A cidade vai proibir a circulação de automóveis no centro e transferir espaços nas vias públicas para pedestres, bicicletas e transportes coletivos, conectando as muitas áreas verdes já implantadas (parques, parquinhos, cemitérios e hortas comunitárias). A Grünes Netz (Rede Verde) deverá cobrir 40% da área urbana. Angelika Fritsch, porta-voz da prefeitura, explicou:
Planejamos uma rede que não se limite a ajudar os residentes a irem daqui para lá de uma forma sustentável. Ela também dará às pessoas a oportunidade de caminharem, nadarem, praticarem esportes aquáticos, desfrutarem de piqueniques e restaurantes, terem momentos de tranquilidade e observarem a natureza em plena cidade.
Na Europa, outro bom exemplo de metrópole empenhada em humanizar os espaços públicos é Copenhague, a capital da Dinamarca, que está implantando 26 ciclovias-avenidas conectando o centro à periferia, com o objetivo de zerar o balanço de carbono do município até 2050. A Wikipedia reúne uma lista parcial de cidades que têm grandes áreas sem circulação de automóveis, algumas delas no Brasil (Curitiba, Ilha do Mel, Ilha Grande e Paquetá). Aliás, urbanistas brasileiros vêm defendendo a expansão desse modelo – se os prefeitos lhes dão ouvido, aí é outra história.