Que tal se, em lugar de promover uma caça às bruxas na cadeia de suprimentos, as grandes empresas interessadas em sustentabilidade convidassem seus fornecedores a participar do mesmo processo? Essa é a ideia do programa Global Action Network for Transparency in the Supply Chain (GANTSCh), filho mais novo da Global Reporting Initiative (GRI), organização que formula as metodologias mais prestigiadas para relatórios de sustentabilidade.
Lançado no ano passado, com a adesão da alemã Puma e da portuguesa EDP, o programa parte da iniciativa de grandes marcas globais para atingir pequenas e médias empresas presentes na cadeia produtiva. Segundo a GRI, essa categoria representa mais de 90% da comunidade global de negócios e, em média, 50% do PIB e 60% do emprego nos países.
Em 2010, a novidade é a brasileira Natura, que acaba de se tornar a primeira empresa sul-americana a integrar o programa. Entre cinco e oito fornecedores da Natura receberão treinamento especializado, além de consultoria para produção de seus primeiros relatórios de sustentabilidade.
“Treinar grupos é muito mais efetivo do que treinar empresas individualmente”, explica Rutger Verkouw, coordenador de cadeias de fornecimento da GRI. Além disso, o patrocínio dos grandes compradores, ou a divisão dos custos entre um grupo de fornecedores, torna o processo mais acessível para pequenas e médias empresas. Mais na reportagem “Quem lê tanto relatório?“, desta edição.