Um lugar por onde passa um quarto da água doce fluvial do planeta. O maior arquipélago fluviomarinho da Terra é brasileiro, localiza-se no estuário dos Rios Amazonas e Tocantins, abriga 300 mil pessoas em 12 municípios e pede ajuda.
Considerado uma das mais importantes zonas úmidas tropicais do mundo, riquíssimo em biodiversidade, o Arquipélago do Marajó padece de falta de áreas protegidas, economia estagnada, patrimônio cultural ameaçado e péssimo quadro social. Lá, onde 90% da população é pobre ou miserável e 80% dos adultos são analfabetos, grassam a violência, a saúde precária, o trabalho e a prostituição infantis.
Uma campanha para resgatar a riqueza social, cultural, ambiental e econômica da região acaba de ser lançada no Pará. O Instituto Peabiru foi convidado pelo Fundo Vale (ONG da Vale do Rio Doce) a traçar um plano de recuperação, que contempla a candidatura de Marajó a Reserva da Biosfera, lançada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
João Meirelles Filho, presidente do Peabiru, explica que o título, a ser concedido pela Unesco, significa a criação de unidades de conservação de proteção integral e permite avanços no Zoneamento Ecológico-Econômico regional. “Isso deve atrair atenção para o turismo e para produções sustentáveis, como a do açaí e da pecuária verde”, diz.
A sociedade pode participar desse resgate. A Rede Viva Marajó da Sociedade Civil (mais aqui) permite a colaboração como voluntário, doador ou ciberativista.