Por Amália Safatle, do Recife
Com apenas 3 mil habitantes ilhados (ou 4 mil, considerando a população flutuante), está formado um laboratório a céu aberto perfeito para prototipar a economia de baixo carbono. Mais perfeito ainda quando esse laboratório é tropical, abençoado por sol e vento em profusão. Fernando de Noronha pode até ser um paraíso turístico, mas apresenta desafios enormes em termos de sustentabilidade, a começar da energia: grande parte cara e poluente, proveniente do diesel.
Pois está em andamento um projeto para que Noronha seja um lugar onde não se perde água, não se perde energia, não se perde resíduo. O projeto para uma economia circular, replicável ao Recife e a outras cidades, envolve um banco e empresas do Brasil, dos Estados Unidos, da China e da Alemanha. Nesta entrevista concedida à Página22, o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco, Sérgio Xavier, conta o que está sendo planejado em termos de energia renovável, compartilhamento de veículos elétricos, gestão de água, saneamento e resíduos, e como isso se encaixa em uma visão de atuação compartilhada do poder público – pensada e implementada em rede.
Sérgio Xavier é secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco, jornalista, engenheiro eletrônico e empreendedor de inovação tecnológica do Porto Digital, no Recife. Coordena o Programa de Incentivo à Economia de Baixo Carbono, uma parceria entre os governos de Pernambuco e da Califórnia. Co-fundador da Rede Sustentabilidade, foi Secretário Nacional de Fomento do Ministério da Cultura, na primeira gestão Lula (2003-2006). Em 2010, candidatou-se a governador de Pernambuco pelo Partido Verde e ficou em 3º lugar.
Como secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, qual o grande desafio que identifica?
O grande desafio hoje é a economia, uma economia que puxe os processos para o baixo carbono, para a inclusão, para o compartilhamento, para a colaboração. É mexer na economia, incentivar os eixos que são prioritários: de energia, de água e saneamento, de resíduos…
O senhor diz incentivos econômicos? Porque o Estado sozinho não dá conta, é isso?
É preciso juntar Estado, cidadania, academia, empreendedores e artistas. Os três pilares da sustentabilidade são o social, o econômico, o ambiental, mas isso é apenas uma referência. O que faz acontecer são as pessoas, o cidadão, o consumidor que define o futuro das empresas, a política pública, a academia – pois o conhecimento é fundamental para inovar – os empreendedores e também os artistas. Os artistas conseguem despertar atenções de forma muito mais forte, intensa e rápida do que mil aulas, do que mil discursos e tal.
A arte aciona outro gatilho, não é?
Exatamente. Em 2015, por exemplo, a gente abriu o festival [Pernambuco no Clima, organizado em Recife] com Lenine cantando Quede Água, do álbum Carbono, música que diz tudo sobre água. Por uma coincidência muito feliz ele estava lançando Carbono. Então o trouxemos para a abertura do evento. Veio para cá e lançou a música e o clipe.
O movimento da sustentabilidade envolve um número limitado de pessoas. Falta extrapolar esse círculo, mostrando para as pessoas na verdade esse assunto diz respeito às questões do dia a dia de todo mundo. Como vocês lidam com isso na secretaria?
A gente definiu que, para uma ação de sustentabilidade ser aprovada, precisa contemplar cinco eixos: cidadania, conhecimento, políticas públicas, cultura e arte, e negócios disruptivos. A inovação precisa ser disruptiva, pois a mesma economia que está aí é a que criou os problemas [que estamos vivendo]. Se um projeto [proposto] na secretaria não tiver esses cinco elementos, eu não considero que seja com projeto com bases para avançar e ser sustentável. A ONU lista como um dos principais problemas em relação à sustentabilidade o distanciamento entre a academia e a política pública. Tem política pública sendo feita por aí que desafia a Lei da Gravidade, né? Como poderá dar certo? O prefeito de uma cidade do interior virou motivo de piada: quando foi questionado sobre a dificuldade de levar água para cima do morro, respondeu que se mudasse, então, a Lei da Gravidade (risos).
Por essas e outras, a academia precisa estar perto, junto, porque a gente não tem mais tempo. As mudanças climáticas exigem respostas muito rápidas. Essa resposta só será rápida se tiver esses cinco eixos interconectados. Esse festival [uPlanet, que sucedeu o Pernambuco no Clima e foi realizado no fim de 2016] é baseado nisso. Para essa conexão funcionar, é preciso criar novos sistemas de gestão sintonizados com a nova visão de rede. Os instrumentos de gestão que os governos e as empresas têm são piramidais, mecânicos, muito hierárquicos, enquanto na verdade a solução tem de estar em rede. Não dá para dizer que a política pública é mais importante que o investidor, nem que o investidor é mais importante do que a população que deseja definir seu destino. Nem mais importante que o conhecimento que indica: “Aqui não é possível fazer isso”.
A projeção científica é de que o mar vai cobrir esse lugar em que estamos fazendo esta entrevista agora. Você tem o empreendedor querendo construir aqui, o poder público dizendo que pode e o conhecimento dizendo que não pode. Então tem que juntar essas pessoas. E a referência, nesse momento de crise, tem de ser a ciência.
Por que a ciência é que chancela todo o movimento?
Sim. Hoje nem a sabedoria popular dá conta de fazer previsões. Antes, as pessoas olhavam pro céu e sabiam se ia chover daqui a um mês. Olhava o comportamento de algumas aves e sabia até a temperatura que viria. Luiz Gonzaga fez músicas que falam muito bem disso. Hoje os meteorologistas não conseguem com precisão dizer quando terá fim a seca que está ocorrendo no Nordeste há 5 anos. Na média mundial, a temperatura aumentou 1,2 grau em 2016, mas tem lugares no planeta em que o aumento é de 5 graus, 6 graus. E tem lugar em que a temperatura caiu, porque chegou uma geleira que não tinha chegado antes.
Ou seja, está tudo muito imprevisível.
Por isso a política pública precisa ser construída junto com a academia. A academia está pesquisando muita coisa, mas não consegue fazer chegar até as câmaras municipais, ao próprio Congresso. É uma luta tremenda. É de onde vem mais necessidade de inovações radicais e disruptivas. A gente precisa, por exemplo, criar um Congresso Nacional digital, colaborativo, em que a população participe mais diretamente. A gente deveria começar um teste virtual, em paralelo ao Congresso real, que existe aí. Seria um super aplicativo por meio do qual a população pode apresentar propostas, e técnicos e cientistas se colocariam à disposição para discutir aquelas propostas em um nível intermediário. Depois de avaliadas do ponto de vista técnico e de viabilidade, as propostas seriam colocadas sob análise maior em votação. Milhões de pessoas votariam e aprovariam. Existem aplicativos de fácil uso para isso, e em seguida a proposta é aprovada.
Uma espécie de mandato compartilhado?
Algo assim. Não é possível um deputado representar todos os temas e votar sobre todos os temas. Na Câmara e no Congresso, existem as comissões formadas alguns especialistas, mas está dentro de um modelo que é muito fechado. Nessa outro formato de participação que estou apresentando, qualquer cidadão pode apresentar uma ideia. Depois da aprovação, aquilo ganha uma legitimidade imensa, muito que mais que no nosso Congresso.
Por que mais gente participou?
Mais gente participou e essa foi uma discussão técnica muito mais rica, porque o processo seria aberto e qualquer pessoa poderia se inscrever para discutir tecnicamente as propostas levando em conta seu currículo. A gente está discutindo a construção de um modelo desses juntamente com algumas empresas no Porto Digital, para fazer uma espécie de piloto de Câmara Digital. Isso valeria para Câmara Municipal, Assembleia Legislativa, Congresso Nacional e, com adaptações, para o Terceiro Setor, para empresas. Enfim, para discutir soluções de forma compartilhada, incluindo ali todos segmentos que precisam ser envolvidos.
É uma inovação em governança, neste momento em que estamos vivendo uma crise de representatividade?
Exatamente. Temos uma crise de instrumentos de gestão. Os nossos instrumentos de gestão são muito limitados para a complexidade de hoje. Essa estrutura em pirâmide, que tem no topo alguém que sabe tudo e decide, funcionava há um século, ou no máximo até décadas atrás. A velocidade das coisas era muito lenta, a comunicação levava dias.
E era uma comunicação elitizada, ou seja, quem detinha a informação controlava o restante?
Sim. Hoje tem gente mais informado que o próprio chefe. Então não dá mais para manter esse esquema piramidal. Tem que ser um processo em rede. Quem sabe mais sobre determinado assunto pode contribuir mais com a solução, e não quem está no topo. Estamos vivendo a crise de dois paradigmas. Um, o mito do crescimento ilimitado, em que ninguém considera os limites físicos, por exemplo, a ideia de que se pode colocar carros na cidade ilimitadamente. Por outro lado, há a imaginação limitada. A imaginação não precisa ser limitada, você pode pensar o que quiser! Mas acaba sendo limitada, você acha que só pode fazer daquele jeito.
As coisas estão trocadas.
O primeiro desafio nosso é desfazer essa inversão.
A Terra tem limite, mas a felicidade não. Você não precisa ficar infeliz porque a Terra tem limite. A felicidade não depende disso, ao contrário, você pode ser feliz sem gastar nada. Aliás, os momentos mais felizes da vida são intangíveis, intraduzíveis em um objeto.
Então queremos discutir paradigmas, modelos de gestão, instrumentos de gestão. Vai muito além de política ambiental, a política ambiental é só uma parte.
Como vocês estão colocando isso em prática na Secretaria? Como dá para transpor essas ideias para sistemas que ainda operam como no século XIX ou no século XX?
Esse é o grande desafio. Fizemos esse desenho aqui e pedi para as equipes da própria Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade estavam seguindo. Grande parte não estava. Então dissemos: tem que encaixar, tem que ter isso aqui.
Ou se adequa ou o que acontece?
Não pode ser considerado um projeto sustentável, inovador, que aponte para o futuro. A gente precisa criar rapidamente modelos para servirem de referência e serem aplicados em larga escala. A gente precisa de referência porque os modelos do passado já não servem mais e os novos ainda não existem. Não tem um padrão para seguir. Então todos estão perdidos. É urgente criar modelos para serem vistos como referência e dali vai inventando em cima. Aí tem o caso de [Fernando de] Noronha. Queremos transformar a ilha de Noronha em um modelo de sociedade sustentável [projeto Noronha Future City], já que são 4 mil habitantes, para ver como pode ser um lugar, mesmo que pequeno, onde não se perde água, não se perde energia, não se perde resíduo.
Uma economia circular?
Uma economia circular em que as pessoas são felizes. Não precisam consumir tanto, colaboram, interagem. Várias empresas estão participando dessa discussão. Algumas vieram para cá, como Santander, BYD, Enel, Baterias Moura, Serttel e mais de 20 empresas americanas, brasileiras e alemãs em articulação. Estamos juntando várias empresas e buscando fazer um modelo. Porque as empresas inovam, mas inovam setorialmente, basicamente inventando o produto delas. E os governos criam, muitas vezes, incentivos fiscais para setores. Qual a grande inovação que a gente está fazendo? Juntando as inovações que já existem para fazer uma grande inovação. Juntando carro elétrico, energia solar, smart grid, aplicativos, internet das coisas, arquitetura e urbanismo verde, retrofit, junta tudo isso e dá uma coisa totalmente diferente.
Em que pé isso está?
Estamos finalizando a primeira Plataforma Integradora de Mobilidade Elétrica Compartilhada, interconectando empresas de energia renovável, de veículos elétricos, Apps de Compartilhamento, IoT, armazenamento de energia etc., para implantar o protótipo em Noronha [projeto Noronha Future City] e depois expandir para Recife e outras grandes cidades.
O modelo está sendo desenvolvido sem recursos públicos. O governo está articulando parceiros e criando políticas públicas para fortalecer cadeias de negócios interconectados de baixo carbono. Em vez de criar incentivos setoriais, a ideia é incentivar arranjos inovadores que possam alavancar o mercado de forma integrada e em larga escala, no rumo da economia de baixo carbono.
Como surgiu a ideia do projeto Noronha Future City?
Surgiu em 2013 com o desafio de tornar Fernando de Noronha o primeiro território brasileiro a compensar plenamente a emissão de gases de efeito estufa. Em parceria com a Celpe [Companha Energética de Pernambuco], o governo do estado conseguiu implantar duas usinas solares e outras ações de eficiência energética, mas percebemos que a solução definitiva passa por um arranjo com várias empresas inovadoras, simultaneamente. Não apenas aplicando tecnologias verdes, mas criando novos modelos colaborativos de mercado que possam ser replicados para outras localidades, em larga escala. Essa visão despertou o interesse de grandes empresas brasileiras e internacionais.
O que efetivamente caminhou até agora?
Foram instaladas duas usinas solares em Noronha, tendo como parceiros a Celpe, Governo de Pernambuco e a Aeronáutica. Isso possibilitou a redução de 12% das emissões, com a diminuição no consumo de 375 mil litros/ano de óleo diesel.
Está em curso a implantação da Plataforma de Bioquerosene de Aviação (os aviões representam 54% das emissões da ilha) que visa gerar biocombustível para atender a demanda do setor aéreo. É uma grande oportunidade para Pernambuco e para o Brasil, considerando que o setor de aviação é responsável por mais de 2% das emissões globais e tem metas de redução a cumprir em pouco espaço de tempo. Ou seja, um imenso mercado de baixo carbono do século XXI.
Já estamos próximos de implantar o primeiro arranjo multi-inovador – a Plataforma Integradora de Mobilidade Elétrica Compartilhada. Implantamos e testamos o sistema, que usou 5 veículos durante 3 anos e está apto para iniciar a fase de expansão. Reúne os seguintes parceiros: Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Porto Digital, as empresas Serttel e ZD – Xindayang, da China, e a Prefeitura do Recife.
Em relação aos carros elétricos, a ideia é que haja uma rede de pontos na cidade onde quem tem carro elétrico tenha prioridade para estacionar. Sabe aqueles sensores de estacionamento no shopping que indicam se a vaga está ocupada? Nesse projeto, funciona pelo celular. Se você estiver usando carro elétrico e deseja estacionar aqui perto, verifica onde tem estacionamento com reserva para carro elétrico. Os estacionamentos são todos privados – em restaurantes, supermercados, shoppings, farmácias. Isso é para tirar o carro da rua, não terá estacionamento na rua. Nossa ideia é que, no futuro, 90% dos carros sejam compartilhados e que estacione em local que não atrapalha o pedestre. Com um movimento desses, que junta indústria automobilística, arquitetos e urbanistas para pensar a cidade e uma rede de parceiros físicos, você começa a redesenhar a cidade de uma maneira muito forte, porque reúne muitos participantes e já é negócio.
O carro elétrico precisa ser abastecido com energia proveniente de fontes renováveis. Não adianta a fonte ser uma termelétrica, não é?
Preferencialmente, sim, que sejam fontes renováveis. Mas mesmo que fosse fonte fóssil, já tem o benefício de gerar menos poluentes no ar da cidade. A ideia é que seja de fonte solar ou eólica, até porque as novas tecnologias permitirão que os próprios carros se recarreguem, por exemplo, por meio de películas de geração de energia fotovoltaica e pelo aproveitamento da energia cinética dos freios.
Ao mesmo tempo em que estamos falando aqui sobre inovação de ponta, chama atenção no Recife, assim como na maioria das cidades brasileiras, a questão do saneamento (mais sobre saneamento aqui). Ou seja, tem uma questão importante a resolver que é anterior. Qual a proposta da secretaria para o saneamento?
Essa questão do saneamento também está na inovação. É preciso dar um salto. O modelo do passado não está servindo mais, ele vai fazer com que a gente precise de 100 anos para atingir o pleno saneamento. Eu fiz uma visita recente a alguns estados americanos para discutir a questão da água e vi que já em muita inovação chegando.
Como se sabe, a Califórnia tem um problema sério de água, mas o gráfico de água deles é impressionante: a população aumentando e o consumo caindo, porque estão investindo muito em combate ao desperdício, novos equipamentos e modelos, reúso de água, dessanilização.
Enfim, tem saída, mas precisa ter política pública, com conhecimento e empreendedorismo, para que esse processo seja rápido e consistente. Se fizer só política pública, não é suficiente.
O que temos no Brasil é um sistema de saneamento majoritariamente dependente do Estado e o Estado sem dinheiro?
Temos algumas PPP (parcerias público-privadas), mas são modelos que não trazem uma inovação radical. Eu sou do Conselho da empresa de água aqui de Pernambuco e defendo que a empresa mude o negócio, não venda só água, mas eficiência, soluções para economia de água, soluções para reúso. Tem aquela contradição: quando a empresa faz campanha para reduzir o consumo, ela perde receita. Se ninguém consumir água, a empresa vai à falência. Então, como vai lidar com isso?
Tem que vender o serviço de economia de água. A água economizada pode ser vendida para outros lugares, atender a pessoas que hoje não têm água, é um ganha-ganha. Só que a legislação não permite isso. Então precisa sentar todo mundo para debater e rever o modelo, não dá para esperar que algum deputado iluminado tenha essa ideia e forças para convencer todo mundo.
Então, estamos criando em Noronha as plataformas – de mobilidade, de água, arquitetura e urbanismo, educação, energia, lixo, mobilidade, gestão sistêmica – são as cadeias produtivas em que estamos entrando. Para cada uma delas, existe uma plataforma integradora, que seria um modelo em que as empresas vão lá e se “plugam”. É uma forma nova de mover a economia. Quem quiser trabalhar com soluções vem pra cá. Assim, as empresas grandes vão arrastando a economia para determinado polo.
Isso permite incluir as pequenas empresas?
Sim. Temos alguns critérios para isso. Estamos trazendo empresas dos Estados Unidos, de outros países, mas sempre acoplando com as empresas locais e criando subprodutos, como aplicativo para compartilhamento de carros públicos.
Qual são as maiores dificuldades (internas e externas) que s Secretaria encontra para o projeto avançar? E quais forças (forças econômicas, forças da sociedade, da opinião pública, do poder público etc) agem em favor do projeto?
As maiores dificuldades são burocracia, legislação ultrapassada e falta de incentivos no âmbito federal. Infelizmente, o Brasil, diferentemente da Califórnia e da Alemanha, ainda não incluiu na sua visão estratégica a mobilidade elétrica integrada com Internet das Coisas, aplicativos de compartilhamento e fontes renováveis de abastecimento dos veículos. Os setores empresariais mais criativos e ousados são as forças que agem a favor da implantação do projeto.