![roupa Ônibus-butique Foto de Ravenelle/ Flickr](https://pagina22.com.br/wp-content/uploads/2012/09/roupa-360x270.jpg)
Nem loja, nem camelô. Um novo tipo de comércio está se espalhando pelos terrenos baldios, praças e feiras livres das cidades do Hemisfério Norte. Restaurantes, butiques, brechós, cinemas e até laboratórios de análises estão sendo adaptados ao espaço exíguo de trailers, caminhões e ônibus, que são estacionados onde quer que haja demanda, geralmente com aprovação da prefeitura.
Olhados com desconfiança pelo comércio convencional, eles oferecem vantagens inegáveis aos empreendedores e à sociedade. Seu baixo custo de implantação ajuda a aquecer a economia local e viabiliza bens e serviços a preços mais baixos. A dispensa de infraestrutura permite criar uma zona comércial sem investimento público e em qualquer lugar. É um recurso que está sendo usado, inclusive, para humanizar certos bairros (vide meu post Urbanismo com as próprias mãos).
![food Lanchonete transada em Portland. Foto de Jonny Hunter/Flickr](https://pagina22.com.br/wp-content/uploads/2012/09/food-310x270.jpg)
Lanchonetes em trailers não são novidade, claro. Qualquer cidade brasileira tem. Mas esta nova geração de serviços móveis está investindo em sofisticação e na redução de seus impactos. É o caso da Off-the-griddle, aqui de Portland, um trailer construído com materiais reciclados e coberto com painéis solares, que oferece refeições vegan. Outro exemplo é o Sol Cinema, uma sala de cinema sobre rodas capaz de acomodar oito adultos, que percorre cidades britânicas. Seus coletores solares alimentam um projetor com lâmpadas LED.
E as iniciativas não se limitam a empresas com fins lucrativos. A fábrica ambulante SparkTruck, criada por estudantes da Universidade de Stanford, vai a escolas ensinar as crianças a executar todo tipo de protótipo. Ela inclui duas impressoras 3D, equipamento de corte a laser, máquinas de costura e um forno de barro. Também carrega várias matérias-primas e ferramentas tradicionais, como martelos e tesouras. O projeto, que foi financiado via Kickstarter, está visitando escolas públicas em diversos estados americanos.
E a diversificação dos serviços prestados pelas unidades volantes começa a extrapolar. Um caminhão da empresa Who’s your Daddy? (nome dúbio, que pode significar “Quem é o seu pai?” e “Quem é o seu amorzinho?”) está percorrendo as ruas de Nova York oferecendo testes de paternidade com análise de DNA por US$ 350. O vídeo (em inglês) ao lado não me deixa mentir.
![gallery Galeria móvel em Chicago. Foto de Ben Husmann/Flickr](https://pagina22.com.br/wp-content/uploads/2012/09/gallery-405x270.jpg)
Exageros à parte, é um modelo que pode ter um impacto importante na vida das cidades. Impacto negativo se o comércio volante comprometer a sobrevivência do comércio convencional, descartar lixo e água servida na via pública ou voar abaixo do radar, desaparecendo do mapa quando seus credores vierem cobrar uma fatura. Impacto positivo se levar serviços onde eles não existem e ajudar a formalizar o trabalho de autônomos com espírito empreendedor mas pouco capital.[:en]
Nem loja, nem camelô. Um novo tipo de comércio está se espalhando pelos terrenos baldios, praças e feiras livres das cidades do Hemisfério Norte. Restaurantes, butiques, brechós, cinemas e até laboratórios de análises estão sendo adaptados ao espaço exíguo de trailers, caminhões e ônibus, que são estacionados onde quer que haja demanda, geralmente com aprovação da prefeitura.
Olhados com desconfiança pelo comércio convencional, eles oferecem vantagens inegáveis aos empreendedores e à sociedade. Seu baixo custo de implantação ajuda a aquecer a economia local e viabiliza bens e serviços a preços mais baixos. A dispensa de infraestrutura permite criar uma zona comércial sem investimento público e em qualquer lugar. É um recurso que está sendo usado, inclusive, para humanizar certos bairros (vide meu post Urbanismo com as próprias mãos).
![food Lanchonete transada em Portland. Foto de Jonny Hunter/Flickr](https://pagina22.com.br/wp-content/uploads/2012/09/food-310x270.jpg)
Lanchonetes em trailers não são novidade, claro. Qualquer cidade brasileira tem. Mas esta nova geração de serviços móveis está investindo em sofisticação e na redução de seus impactos. É o caso da Off-the-griddle, aqui de Portland, um trailer construído com materiais reciclados e coberto com painéis solares, que oferece refeições vegan. Outro exemplo é o Sol Cinema, uma sala de cinema sobre rodas capaz de acomodar oito adultos, que percorre cidades britânicas. Seus coletores solares alimentam um projetor com lâmpadas LED.
E as iniciativas não se limitam a empresas com fins lucrativos. A fábrica ambulante SparkTruck, criada por estudantes da Universidade de Stanford, vai a escolas ensinar as crianças a executar todo tipo de protótipo. Ela inclui duas impressoras 3D, equipamento de corte a laser, máquinas de costura e um forno de barro. Também carrega várias matérias-primas e ferramentas tradicionais, como martelos e tesouras. O projeto, que foi financiado via Kickstarter, está visitando escolas públicas em diversos estados americanos.
E a diversificação dos serviços prestados pelas unidades volantes começa a extrapolar. Um caminhão da empresa Who’s your Daddy? (nome dúbio, que pode significar “Quem é o seu pai?” e “Quem é o seu amorzinho?”) está percorrendo as ruas de Nova York oferecendo testes de paternidade com análise de DNA por US$ 350. O vídeo (em inglês) ao lado não me deixa mentir.
![gallery Galeria móvel em Chicago. Foto de Ben Husmann/Flickr](https://pagina22.com.br/wp-content/uploads/2012/09/gallery-405x270.jpg)
Exageros à parte, é um modelo que pode ter um impacto importante na vida das cidades. Impacto negativo se o comércio volante comprometer a sobrevivência do comércio convencional, descartar lixo e água servida na via pública ou voar abaixo do radar, desaparecendo do mapa quando seus credores vierem cobrar uma fatura. Impacto positivo se levar serviços onde eles não existem e ajudar a formalizar o trabalho de autônomos com espírito empreendedor mas pouco capital.