No imaginário coletivo, a Sibéria é uma região da Rússia gelada, inóspita e remota, associada ao exílio forçado dos inimigos do ditador Josef Stálin e, mais recentemente, das roqueiras da banda Pussy Riot. Mas isso está mudando. Graças às mudanças climáticas, a região está deixando de ser uma prisão de gelo e virando um dos maiores focos de incêndios do planeta. Nas últimas 24 horas, bombeiros conseguiram apagar 160 incêndios na região, que devastaram 37.700 hectares. Outros 122 mil hectares continuam a queimar, a despeito dos esforços de mais de 2 mil bombeiros e funcionários dos serviços de proteção florestal da Rússia, que têm o apoio de 31 aeronaves e 402 caminhões. Na semana passada, um desses incêndios atingiu um depósito militar de munição. A explosão durou várias horas e matou pelo menos dez pessoas.
Não se trata de uma onda de incêndios convencional. Em várias cidades, eles começaram um mês e meio antes da média, devido à queda nas precipitações. A área incendiada mais do que dobrou desde o início deste mês e já é quase três vezes maior do que no mesmo período, no ano passado. A Sibéria já está enfrentando temperaturas típicas de alto verão, embora ainda seja primavera.
As transformações sofridas pela tundra siberiana devido à elevação de temperaturas poderão ter desdobramentos dramáticos. O permafrost (solo permanentemente congelado) contém o dobro do volume de carbono da atmosfera e seu derretimento pode criar uma fonte abundante de gases-estufa. O volume de metano emitido pelo derretimento do permafrost da região ártica, que inclui a Sibéria, aumentou consideravelmente nos últimos anos. E poderá aumentar ainda mais.[:en]
No imaginário coletivo, a Sibéria é uma região da Rússia gelada, inóspita e remota, associada ao exílio forçado dos inimigos do ditador Josef Stálin e, mais recentemente, das roqueiras da banda Pussy Riot. Mas isso está mudando. Graças às mudanças climáticas, a região está deixando de ser uma prisão de gelo e virando um dos maiores focos de incêndios do planeta. Nas últimas 24 horas, bombeiros conseguiram apagar 160 incêndios na região, que devastaram 37.700 hectares. Outros 122 mil hectares continuam a queimar, a despeito dos esforços de mais de 2 mil bombeiros e funcionários dos serviços de proteção florestal da Rússia, que têm o apoio de 31 aeronaves e 402 caminhões. Na semana passada, um desses incêndios atingiu um depósito militar de munição. A explosão durou várias horas e matou pelo menos dez pessoas.
Não se trata de uma onda de incêndios convencional. Em várias cidades, eles começaram um mês e meio antes da média, devido à queda nas precipitações. A área incendiada mais do que dobrou desde o início deste mês e já é quase três vezes maior do que no mesmo período, no ano passado. A Sibéria já está enfrentando temperaturas típicas de alto verão, embora ainda seja primavera.
As transformações sofridas pela tundra siberiana devido à elevação de temperaturas poderão ter desdobramentos dramáticos. O permafrost (solo permanentemente congelado) contém o dobro do volume de carbono da atmosfera e seu derretimento pode criar uma fonte abundante de gases-estufa. O volume de metano emitido pelo derretimento do permafrost da região ártica, que inclui a Sibéria, aumentou consideravelmente nos últimos anos. E poderá aumentar ainda mais.