O encontro em Nova York reuniu debatedores dos diversos setores da sociedade para discutir ações concretas a serem levadas à Conferência sobre Mudança do Clima (COP 25), em dezembro
Participaram do lançamento da iniciativa “Amazônia Possível” cerca de 100 convidados, entre representantes da sociedade civil, academia, iniciativa privada, populações locais e autoridades, em evento neste domingo, 22 de setembro, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, durante a Semana do Clima (Climate Week).
A iniciativa tem como objetivo construir uma agenda para o desenvolvimento sustentável da região que abriga a maior floresta tropical do mundo e que está sob atenção da comunidade internacional nas últimas semanas. O encontro reuniu debatedores dos diversos setores da sociedade para discutir ações concretas a serem levadas à Conferência sobre Mudança do Clima (COP 25) que será realizada em dezembro, em Santiago do Chile. Entre os apoiadores da iniciativa estão a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, a Rede Brasil do Pacto Global, o Sistema B e o Instituto Arapyaú.
“É possível, sim, a gente compatibilizar a atividade humana com o desenvolvimento na Amazônia, com respeito a direitos e com preservação ambiental”, afirmou o diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e representante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, André Guimarães.
“Hoje nós queremos começar um diálogo muito intenso que se transforme em compromissos efetivos dos diversos atores e que possa apagar o fogo literalmente”, disse o empresário e conselheiro do Pacto Global da ONU, Guilherme Leal, em referência à grave crise de queimadas na Amazônia que fizeram a região entrar no centro das atenções do mundo inteiro.
Para o cientista do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), Carlos Nobre, a Amazônia tem se aproximado de um ponto irreversível de perda de cobertura florestal e, por isso, são necessárias ações urgentes. A Amazônia possível para ele inclui estimular cadeias que já se revelam produtivas mas ainda não estão disseminadas. “Depois de 500 anos da chegada dos primeiros colonizadores, ainda há pouca visão do valor da floresta, mas temos exemplos de exploração sustentável de alto potencial econômico.”
“Combater a ilegalidade é fundamental para viabilizar um plano de desenvolvimento sustentável para a região”, afirmou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito. Segundo ele, empresários da Amazônia também são prejudicados pela grilagem de terras, roubo de madeira e outros crimes afastam investimentos na região. De acordo com dados do MapBiomas, mais de 90% do desmatamento na Amazônia é ilegal.
O cineasta e ativista ambiental Fernando Meirelles apresentou um vídeo que resume a ideia de uma Amazônia possível.