O debate proposto pela obra parte de um encontro intergeracional e busca expandir as perspectivas de pensamento político sobre o Brasil a respeito da temática ambiental-climática, da modernização do Estado brasileiro, dos desafios da relação entre economia e natureza e do protagonismo dos povos originários
Vivemos uma crise com a natureza, possivelmente disruptiva, que exigirá de todos nós mudanças de mentalidade, dos nossos estilos de vida, de promover desenvolvimento e de lidar com as liberdades. Portanto, não estamos falando de mudanças de atitude para o futuro e sim no presente. Esta é umas das inquietações levantadas por um grupo de pensadores da sustentabilidade, reunidas na obra Inquietações de um Brasil contemporâneo – Desafios das eras climática, digital-tecnológica e biológica, a ser lançado no dia 15 de agosto, em São Paulo.
A obra reúne autores capazes de convocar uma reflexão abrangente sobre o futuro do Brasil, com questões econômicas, políticas, ambientais e sociais para o país no contexto atual do mundo. São eles o economista e gestor público Francisco Gaetani, a ex-ministra do Meio Ambiente e autoridade global em mudanças do clima Izabella Teixeira, o executivo pioneiro em bioeconomia Marcello Brito, o executivo e conselheiro de empresas Roberto S. Waack e a ativista indígena Samela Sateré Mawé. Os autores fazem parte do Programa de Fellows do Instituto Arapyaú e optaram por assinar o livro coletivamente para indicar que o diálogo é possível e desejável. O objetivo é oferecer uma contribuição diversa da sociedade civil a questões que os governos não são mais, sozinhos, capazes de dar à população.
O livro contou com a contribuição de Renata Piazzon, Thais Ferraz, Renata Loew Weiss e Fernanda Rennó pelo Arapyaú, e de Amália Safatle, editora e cofundadora da Página22. Também incluiu a pesquisa prévia de Nádia Pontes, vencedora do prêmio Impa de Jornalismo na categoria Divulgação Científica, e as ilustrações de Josias Marinho Casadecaba.
Com o apoio do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e da Autêntica Editora, o lançamento será realizado a partir das 10h45 do dia 15, na Fundação FHC, com transmissão online pelo canal do Instituto Arapyaú no YouTube.
Inquietações plurais, caminhos diversos
O debate proposto pela obra parte de um encontro intergeracional e busca expandir as perspectivas de pensamento político sobre o Brasil a respeito da temática ambiental-climática, da modernização do Estado brasileiro, dos desafios da relação entre economia e natureza e do olhar contemporâneo sobre os povos originários. Os assuntos estão divididos em cinco capítulos.
O primeiro é “A agenda ambiental-climática: o Brasil é parte do mundo”, no qual os autores destacam a necessidade de o Brasil adotar posturas ousadas e pragmáticas para lidar com a transição do desenvolvimento alinhado com as questões ambientais e climáticas contemporâneas. O País é visto como tendo alternativas, mas, para aproveitá-las plenamente, é necessária uma governança consciente e responsável.
O segundo, “A governança da agenda pública brasileira”, expõe os desafios que o Estado brasileiro enfrenta ao lidar com questões globais, especialmente no contexto climático. O capítulo explora as relações do País com a sociedade e a importância de reinseri-lo no jogo geopolítico climático, visando a um futuro mais sustentável.
“Os desafios da produção de alimentos no Brasil na era climática” estão na pauta do terceiro capítulo, no qual os autores buscam desmistificar conceitos e convergir agendas estratégicas para tornar a produção de alimentos no campo mais sustentável e alinhada com a preservação ambiental.
Explorando a relação entre a conservação da biodiversidade e a segurança alimentar, o quarto capítulo, “Soluções baseadas na Natureza (SbN)”, destaca a importância de revisar valores e adotar um novo arcabouço ético para que a economia possa crescer em bases mais sustentáveis. A valorização dos saberes ancestrais dos povos originários é ressaltada como uma fonte de inspiração nesse processo.
O capítulo final, “O imaterial: reflorestando mentes”, aborda a cosmovisão dos povos indígenas e sua relação com a construção de um Brasil contemporâneo, conectado com movimentos globais de valorização dos conhecimentos tradicionais. Os autores ressaltam a importância dos povos indígenas na busca por soluções para os desafios atuais do País.
O prefácio é assinado por Mônica Sodré, diretora-executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps). Sua participação reforça uma tônica transversal do livro: o anseio por um futuro mais democrático, no qual o papel da sociedade civil é crucial na busca por soluções e respostas, ultrapassando os espaços tradicionais de representação.
Páginas: 176 Livro físico: R$ 67,90
Editora: Autêntica