Autor: Redação

Entrevistei Elinor Ostrom para a revista Brasil Sustentável em março de 2010, um par de meses após o anúncio de que ela era a primeira mulher contemplada com o Nobel da Economia por seu trabalho sobre a gestão de bens comuns, como a água e os estoques pesqueiros. Lembro que discuti a conversa e o trabalho da doutora Ostrom com um amigo na mesma noite, focando na sua constatação de que as comunidades vizinhas muitas vezes administram esses bens com mais eficácia e sabedoria do que governos centralizados. Ele respondeu: mas isso não é óbvio? Não, isso não é óbvio.…

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Nunca tantos tiveram capacidade de construir engenhocas sustentáveis no fundo do quintal. A tendência é forte nos Estados Unidos e na Europa, onde é possível comprar uma infinidade de componentes de baixo custo e montar de fornos solares a geradores eólicos domésticos por uma fração dos preços de mercado. A seguir, uma série de websites e vídeos (em inglês) que oferecem explicações passo-a-passo para quem tem vontade de reduzir sua pegada ambiental mas não quer ou não pode comprar produtos acabados. Alguns projetos são muito fáceis de executar e dariam ótimos projetos escolares. Outros nem tanto. É possível que alguns…

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Gorjetas são uma instituição praticamente obrigatória nos Estados Unidos. Nos cafés, por exemplo, existe sempre um jarro de vidro junto à caixa registradora para receber contribuições para o fundo dos funcionários. Frequentemente o jarro vem acompanhado de alguma gracinha, uma imagem ou mensagem simpática para estimular as doações. Pois bem: se essa imagem incluir um rosto, qualquer rosto, as gorjetas dobrarão de valor. A observação é do psicólogo Daniel Kahneman, que recebeu um Nobel por seus estudos sobre a forma como o inconsciente, a intuição e a memória influenciam nossas decisões. Numa entrevista recente à revista Der Spiegel, ele explica…

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Qual seria a pegada ecológica dos novíssimos alimentos sintéticos, como o recentemente noticiado bife de laboratório e os pratos produzidos via impressoras 3D? A sustentabilidade da carne sintética – produzida a partir de células bovinas musculares e adiposas, multiplicadas em laboratório – já foi amplamente discutida e é bastante evidente. O sistema dispensa o uso de pastagens e grandes volumes de água e resolve o problema ético da crueldade contra animais. Também reduz o volume de metano emitido pela pecuária de corte. E quanto à impressão de comida em 3D, que almeja tornar a indústria de alimentos obsoleta? Será que…

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Em meio à explosão de inovação tecnológica que vivemos, uma notícia inusitada sobre a utilização de um recurso tradicional: o trabalho animal não remunerado. Neste caso, o uso de roedores hiperativos na revitalização de bacias hidrográficas. Catorze castores da Baviera acabaram de chegar em Ulan Bator, onde terão uma missão difícil: construir barragens que ajudem a descontaminar  o rio Tuul, principal manancial da capital da Mongólia, que tem 1,2 milhão de habitantes. Outros seis castores deverão ser despachados da Alemanha e mais 20 da Rússia para reforçar este contingente. Eles ocuparão o vácuo deixado pela população nativa de castores, que…

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A campanha global contra bens de consumo utilizados apenas uma vez, que tem combatido a distribuição de sacolas por supermercados, começa a se interessar pelos canudinhos, onipresentes em bares e restaurantes. Canudos são quase sempre dispensáveis, a menos que você tenha dificuldade de segurar o copo. Mas ninguém precisa de uma formação freudiana para entender o apelo maternal desse dispositivo usado para mamar sucos e refrigerantes. Canudos também têm algo de lúdico, divertido – e é muito difícil convencer as crianças (de qualquer idade) de que devem abrir mão deles. A solução que eu encontrei para a minha filha foi…

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Diversas empresas e fundações americanas estão criando concursos para acelerar o desenvolvimento de soluções pró-sustentabilidade. Alguns deles botam laboratórios ou profissionais de diversos países para competir; outros são abertos a qualquer cidadão que tenha boas idéias. Há duas semanas mencionei aqui uma dessas iniciativas, a Reinvent the Toilet Challenge, da Bill and Melinda Gates Foundation, que visa repensar o vaso sanitário. Poderia citar muitas outras. Uma das mais interessantes é o US$ 300 House Open Design Challenge, lançado por um blog ligado à Harvard Business Review. Ele ofereceu US$ 25 mil para quem projetasse casas populares que custassem menos de…

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Num mundo em que poucos se interessam por Geografia e História, e em que a mídia favorece a cobertura de eventos espetaculosos e não as reportagens de fundo, é fácil entender por que estereotipamos outros povos. A idéia de que portugueses são burros, argentinos arrogantes e nordestinos toscos é reconfortante (se você não faz parte desses grupos). Reconfortante porque dá a ilusão de que você é superior e de que dispõe de toda a informação essencial sobre aquele grupo. Claro, nestes casos, estereótipo é mero eufemismo de preconceito. Num texto publicado na revista literária Granta, “How to Write about Africa”,…

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Não é novidade que Bill Gates, fundador da Microsoft, está gastando boa parte de sua fortuna – a segunda maior do mundo – em projetos filantrópicos. Mas o que a Bill and Melinda Gates Foundation estaria fazendo com a sua dotação de US$ 33,5 bilhões de dólares? A cada ano, ela repassa pelo menos US$ 1,5 bilhão a projetos focados, sobretudo, em saúde pública global e na redução da pobreza extrema na África. Parte de seus beneficiários são iniciativas convencionais, como a promoção de campanhas de vacinação ou de distribuição de contraceptivos, a pesquisa de uma vacina contra o HIV/Aids,…

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De um ponto de vista estratégico, o que é melhor para aqueles que promovem a sustentabilidade: ser otimista ou pessimista? Em 2002, entrevistei um dos decanos da causa ambiental no país, o naturalista Paulo Nogueira-Neto, sobre suas expectativas às vésperas da Rio+10, conferência que a ONU organizou na África do Sul nos 10 anos da Cúpula da Terra. Ele se mostrou otimista e confiante na sobrevivência da biodiversidade, a despeito das manchetes sombrias que coalham o noticiário. “Se formos para Johannesburgo com uma expectativa excessivamente otimista, seremos ingênuos. Mas se não tivermos um mínimo de otimismo, não sairá nada de…

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