Apuí, município na região sul do Amazonas, conseguiu reduzir para 30% o total da área de pastagem sem alterar a quantidade do rebanho. Isso quer dizer que todo o gado do Amazonas pode ser mantido em apenas um terço da área hoje utilizada para a pecuária. É o que propõe estudo do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) que, ao longo dos últimos três anos, analisou a viabilidade econômica do pastejo semi-intensivo como uma alternativa para a redução do desmatamento e a melhoria de renda das propriedades rurais de Apuí.
O método utilizado é o “manejo rotacional”, um ciclo de alternância entre áreas subdivididas para permitir a recuperação do capim. Isso não sai de graça. Enquanto no sistema tradicional os custos médios por ano – para uma área produtiva de 20 hectares – são de cerca de R$ 10 mil, para o modelo semi-intensivo o valor é de R$ 27 mil. Mas o retorno começa a chegar em dois anos e, segundo Gabriel Carrero, coordenador do estudo e coordenador do Programa de Produção Rural Sustentável do Idesam, não para de crescer. Em 7 anos, enquanto o modelo tradicional estaria gerando R$ 28 mil de retorno ao produtor, o semi-intensivo superaria R$ 85 mil.